quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Triste Fado Da Desumanização Das Escolas Ou Uma Farpa Líquida

Estava o Governo preocupado em arranjar soluções para pagar as dívidas e reduzir o défice e, muitas famílias às voltas com as contas que sempre aparecem no fim do mês, quando foi lançada na mesa, ou melhor, quando saíu pelo Umbigo do Guionte, a magna questão que há-de ocupar a mente dos teóricos da educação, dos professores e dos alunos em todas as escolas do país, até ao termo do próximo fim-de-semana.
E a questão é a da crescente desumanização da escola de que nos fala o pensador Farpas. Diz este ensaísta que "a escola caminha para deixar de ser um espaço de afectos e se tornar uma mera empresa de serviços".

Deve estar a referir-se especialmente ao ensino profissional, que veio transformar as escolas em pequenas empresas e colonizá-las de uma variedade de cursos que preparam jovens para o mercado de trabalho e a prestação de serviços, fazendo.

Eu pessoalmente acho que os cursos de barman, de cozinha, de eletrónica, de desporto, de turismo, etc. até deram muita vida às escolas. E emprego aos professores. E satisfação aos pais. E ocupação útil aos jovens.
Para lá da família, não existe organização humana mais "humanizada" que as escolas. E nunca mais os jovens que frequentam as escolas desfrutarão de uma ambiente tão humano nem de tanta liberdade como o é a escola. Seja ela qual seja.

Ah! A escola deixou de ser um espaço de afetos.
Também não é de admirar que assim seja. Os professores andam mais carrancudos de preocupados que estão com as suas dívidas e o seu emprego. Mas este é um mal geral.

A farpatese da desumanização das escolas não tem nada de papável que a sustente, nenhum facto, estudo ou experiências pessoais que possam ser invocadas para aderirmos a ela. Muito menos, se perguntou aos jovens alunos se a escola está a desumanizar-se. Para não se levar uma fraca resposta.



Reitor



1 comentário:

  1. Ó reitor, essa história dos afectos é conversa mole e da treta, concordo, pois, consigo, como concordo noutros detalhes e discordo noutros tantos. Tudo dentro do normal. Agora que poderia haver "uma fraca resposta" isso decorre, também, do endeusamento das "ciências e tecnologias" e da desvitalização das chamadas, e bem, e por alguma razão das "humanidades" e isto é uma questão de fundo que reputo crucial.

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