terça-feira, 10 de outubro de 2006

Aulas de Substituição

Este governo iniciou no ano passado uma nova forma de ocupar os tempos em que os alunos não têm aulas por falta dos respectivos professores. Chamou-lhe "Ocupação Plena dos Tempos Escolares" (OPTE). Os professores e os alunos chamam-lhe, simples e acertadamente, "Aulas de Substituição".
A linha de hipocrisia que tem conduzido a política educativa deste governo, cujos expoentes máximos são os secretários de estado Valter “Reprovado por Faltas” Lemos e Jorge“Sinistro” Pedreira, fica mais uma vez vincada neste acrónimo OPTE. Ao contrário do que sugere, não há opção possível, mas sim obrigação total. Mesmo para os alunos maiores que são obrigados a frequentá-las.
As aulas de substituição parecem-me uma medida adequada e útil para os alunos do Ensino Básico. A sua formação e a sua educação repousam muito sobre a escola e os professores. Na ausência dos pais e do professor, será útil que estes alunos fiquem aos cuidados de um adulto, especialmente de um professor que, não podendo leccionar a disciplina/conteúdos previstos, os possa orientar e acompanhar noutras actividades de carácter lúdico-pedagógico. Parece-me uma ideia adequada e sensata.
O mesmo não penso das aulas de substituição aos alunos do Ensino Secundário, excepto no caso de o substituto ser professor da mesma disciplina do professor que está a faltar e a aula servir para se continuar com a matéria que seria dada pelo professor em falta.
Ao contrário do que pensa o governo e, note-se, o discurso político gira sempre em torno aluno - o aluno do Ensino Secundário pode não beneficiar com uma aula de substiutição que é dada por um professor de outra disciplina.
Quantos alunos do Ensino Secundário não ganhariam muito mais se, na falta do professor de uma disciplina, ao invés de estarem na sala de aula a ouvir (se é que o fazem) um professor que não conhecem, a dizer umas coisa sem interesse, pudessem continuar o trabalho de investigação que estão a desenvolver, ou fazer uma pesquisa, ou estudar para o teste de amanhã, ou simplesmente, ler...
É que, ao contrário do que pensam os iluminados governantes socialistas (alguns ex-CDS, enfim), os alunos do Ensino Secundário, especialmente aqueles que são maiores de idade, sabem melhor que o governo e que os professores aquilo que querem.
Reitor

Sem comentários:

Enviar um comentário