sábado, 10 de dezembro de 2011

Um Belo Texto Em Favor Da Liberdade

A liberdade de escolher a escola dos seus filhos é um direito que tem sido retirado aos pais, aceitando-se como verdadeiro o pressuposto que todas as escolas são iguais e que, como tal, a escolha não é necessária. Naturalmente, o pressuposto está errado, e esta restrição prejudica fundamentalmente as famílias com baixos níveis socioeconómicos: em primeiro, porque as obriga a inscrever os seus filhos na escola da sua área de residência (o que, em muitos casos, significa matricular um filho numa escola má ou com a qual os pais não se identificam) e, em segundo, porque estas famílias não têm recursos financeiros para poder contornar esta imposição estatal (isto é, não podem optar pelo ensino privado). 
As forças de bloqueio à mudança, intrinsecamente reacionárias, existem. Afirmam que há limites e perigos em dar liberdade a pais, escolas e professores, como se a liberdade não tivesse sempre limites e como se isso não fosse sempre preferível a não ter liberdade de todo. Já não se trata apenas de uma visão estatista da sociedade, trata-se da dependência numa máquina que, há muito, deixou de servir os alunos para se servir a si própria. É, por isso, longo, duro e difícil o caminho que temos pela frente. Mas, em nome dos jovens que virão, é nosso dever percorrê-lo.

De Alexandre H. Cristo
Alguns educadores ficaram assim... com dor de cotovelo. e lá inventaram uns tiques de proselitismo no jovem Cristo. 
Neste poste, o General começou por fazer uma aproximação correta e pragmática à discussão que deve acompanhar a aplicação de políticas que promovam a liberdade de escolha: nada de pressa excessiva, estudar exemplos de outros países, não radicalizar...

Começou bem mas acabou mal.
Diz ele que a "Liberdade de Escolha em Educação num país com uma forte e crescente desigualdade socioeconómica e um enorme défice de informação sobre o desempenho das escolas, corre o risco de se tornar uma ditadura dos mais fortes sobre os mais fracos.." como se os sintomas sociais e económicos - consequências da falta de liberdade - fossem, eles próprios causados pela liberdade de escolha!!! A tal que não existe. Lógica da batata.

Um dos "Ds"  do 25 de abril de 1794 era o "D" de Desenvolver. Um outro era o "D" de Democratizar.
O que é facto é que, passados 37 anos da revolução de abril, ainda temos uma educação estatista definida, implementada, regulada e controlada pelo Estado. Nem se desenvolveu, nem se democratizou. Os defensores deste modelo vão contestar dizendo que a maior marca educativa do pós-abril de 74 foi a democratização do acesso à educação. Todos os jovens passaram a frequentar a escola. É verdade e ainda bem que assim é.
Contudo, democratizar a educação é muito mais que assegurar o livre acesso de todos à educação. Democratizar a educação é também assegurar que cada um tem a educação que quer e não a que lhe impõem. Democratizar a educação é permitir que cada cidadão possa escolher a escola que quer para os seus filhos, fomentando a concorrência entre escolas e projetos educativos, melhorando o sistema e desenvolvendo (ou outro D) o país..
Foi a falta de concorrência educativa que nos fez gastar cada vez mais em educação e os resultados não corresponderem ao investimento.

Foi a falta de liberdade de escolha da escola que fez com que se cavassem fundas assimetrias socioeconómicas entre os portugueses pois, os pobres mantiveram-se pobres em más escolas (geralmente públicas) e os que já eram ricos tiveram boa educação e bons resultados escolares em escolas (públicas e privadas) de qualidade e à sua escolha.

O défice de informação é filho do sistema educativo e da escola centralista e apenas pode ser combatido pela livre escolha da escola e pela concorrência entre escolas. Nunca a nomenklatura eduquesa permitirá que se disponibilize informação (vejam o que foi para se tornarem públicos os resultados dos alunos nos exames nacionais) sob pena de todo o país ver a sua irrelevância, incompetência e desnecessidade.


Reitor

1 comentário:

  1. «Liberdade de Escolha em Educação num país com uma forte e crescente desigualdade socioeconómica e um enorme défice de informação sobre o desempenho das escolas, corre o risco de se tornar uma ditadura dos mais fortes sobre os mais fracos».

    Esta era uma das linhas de argumentação de Salazar para "defender" o país da democracia por "impreparação" do povo. É triste que ainda persista em tantas cabeças.

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