«Filinto Lima assina o seu artigo como “professor e director; presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas”.Mas, a bem do rigor e da transparência, deveria ter acrescentado: presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, eleito pelo PS em 2021.É óptimo que os cidadãos participem na vida política do seu país, mas convém esclarecer o nível de compromisso partidário de quem toma posições em nome da escola pública, e de quem vem para jornais e televisões emitir opinião como um simples membro da sociedade civil, coisa que Filinto Lima não é.Todo o seu artigo é um hino à “galhardia e brio profissional dos docentes” e ao que chama “um contínuo de esforços e empenho”.Encontro esse argumento muitas vezes quando critico áreas do sector público, sejam escolas ou hospitais.Fixem isto: elogiar o esforço é aquilo que fazemos a uma criança de oito anos.A constante invocação da gota de suor entre adultos representa a infantilização do desempenho laboral, e mostra porque é que somos tão pouco produtivos.Num mundo competitivo, não chega esforçarmo-nos, tal como numa equipa de futebol não basta correr.É preciso resultados.Aliás, se tantos professores têm de se esforçar mais do que devem, é porque há graves problemas de gestão.Filinto Lima ganhava mais em concentrar-se neles, em vez de andar a desvalorizar as críticas de quem tem filhos em escolas públicas há 18 anos, e conhece bem as suas qualidades e os seus defeitos.»
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