sábado, 26 de agosto de 2006

Perguntem-lhes pela liberdade

Aproxima-se a passos largos um novo ano escolar.
Já não há papelaria, livraria nem supermercado que não exibam uma imensa panóplia de material escolar. Agarram as crianças, manuseiam os adultos, tiram, põem, remexem... enfim, a oferta é tanta que se traz sempre alguma coisa para casa, normalmente de que não se precisa ou de fraca qualidade. É o consumismo estúpido...
Não demora nada aparecem na TV os entendidos na matéria a perorar sobre os custos da educação (enormes) e sobre a sua cada vez mais vincada natureza comercial, um autêntico negócio (excelente, pelo que se vê).
Daqui por quinze dias aparecerão os políticos. Será um momento decisivo e particularmente importante: todas as nossas dúvidas serão esclarecidas e todos os problemas resolvidos, de imediato, porque a seguir virão as chuvas...
Quando o inefável Secretário de Estado da Educação, o das faltas injustificadas, aparecer na TV dirá, inevitavelmente e após torcer bem, três coisas: que o ano lectivo arrancará com normalidade, que estarão colocados 99,9% dos professores e que, pela primeira vez 99,9% dos alunos terão uma escola a tempo inteiro. Aceitam-se apostas.
Por favor, senhores jornalistas, quando houver uma pequenina aberta entre as pingas da chuva discursiva, perguntem ao Secretário de Estado, ou à Ministra, se os cidadãos portugueses, pelo menos aqueles que vivem no estado de direito democrático, já poderão escolher a escola para os seus filhos. Obrigado.
Reitor

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