segunda-feira, 25 de junho de 2007

Poupança

O dr. Carlos Pinto Ferreira, Director do Gabinete de Avaliação Educacional - GAVE, primo direito da mãe de todas as asneiras e estrutura educativa responsável pela elaboração e definição de critérios de correcção dos exames nacionais, veio dizer ao Público que:
O Custo dos exames nacionais será significativamente reduzido este ano

Continuamos a ler o resto da notícia, interessados, pois não é todos os dias que a administração pública vem dizer que está a poupar (!?!?!) e ficamos a saber qual o segredo desta poupança: por um lado, reduziu-se o número de provas que passou de 56 para 38 e, por outro, os critérios de classificação já não são distribuídos em papel, mas apenas disponibilizados na Internet.
Ah! pois. Então os critérios foram disponibilizados pela internet! Muito bem.
E como fizeram os professores correctores para corrigir as provas? Será que tinham o computador ligado à internet, enquanto corrigiam as provas para poderem aplicar os ditos critérios? Ou será que o professor imprimiu os critérios? E se o fez, onde o fez? Na sua impressora particular ou na impressora da escola?

Dr. Carlos, olhe lá. Não é o GAVE e os Agrupamentos de exame que dão instruções aos professores e às escolas para imprimirem os critérios na escola, antes de corrigirem as provas? É.
Quem será que paga a impressão dos critérios de correcção?
É o GAVE? Não.
É a escola? Sim.
E o GAVE não é um organismo estatal? É.
E as escolas são organismos estatais? São.
Então, pagarem as escolas ou o GAVE não é a mesma coisa? Não.
Mas não são ambos do estado? São.
E o orçamento de ambos não é também Orçamento do Estado? É.
Então onde está a poupança? Está no GAVE?
E as Escolas não poupam? Não, as escolas desperdiçam.
E como fica a despesa do estado? Mantém-se.
E se as escolas não quiserem assumir os custos de impressão dos critérios? Não podem.
Porquê?
Porque têm autonomia para cumprir as ordens do Dr. Pinto Ferreira.
E o GAVE pode dispensar-se de pagar os seus custos? Pode.
Porquê? Porque sim.

Reitor

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Números convenientes

A IGE (Inspecção Geral da Educação) publicou os dados relativos à greve do seu pessoal no passado dia 30 de Maio. Dos 310 funcionários (tantos?) fizeram greve uns míseros 16.
Este facto não teria a mínima importância. Nenhum português quer saber se a IGE esteve de greve ou não. Penso até que haveria portugueses a exultar de alegria se a IGE estivesse de greve todos o 7 dias da semana, mas enfim.
A questão é outra. Porque é que o Mestre José Maria Azevedo, Inspector-Geral e homem inteligente, colocou cá fora estes números? Porque a alínea b) do n.º 6 do Despacho de 15 de Maio de 2007 o exigia, escreveu ele. Mas eu não acredito no que ele escreveu.
Cá para mim, a percentagem de adesão à greve na IGE foi tornada pública, apenas e só, pela sua insignificância.
Ou seja, a IGE quis fazer o papel de menina bonita e aluna aplicada. O Mestre José Maria Azevedo quer ser visto pelo poder e, vai daí, pôs-se em bicos de pés.
Vai chegar longe.

Reitor

sábado, 16 de junho de 2007

É desta, ou ainda demora?


No ano passado, por esta altura muitas vozes se levantaram contra o despacho do Secretário de Estado, Valter "excesso de faltas" Lemos, que permitiu que alguns alunos pudessem realizar exame na 1ª e 2ª fases, na mesma disciplina, escolhendo depois a melhor nota para acesso ao ensino superior. O que não era permitido a todos. Na altura, desconfiou-se que esta mudança pontual, localizada e intempestiva das regras dos exames nacionais, para além de manifestamente ilegal, parecia feita à medida de alguns candidatos ao ensino superior.
Um acórdão do Tribunal Constitucional classificou, terça-feira, como «inconstitucionais» as normas que permitiram repetir os exames de Física e de Química do 12º ano, no final do ano lectivo 2005/2006, apenas aos alunos que optaram pela primeira chamada.»
O dito despacho "contraria o princípio da segurança jurídica e o princípio da igualdade de oportunidades", segundo o TC. Ou seja, é ilegal. Não deveria ter sido aplicado.

Muito bem. E agora?
Que vão fazer os três governantes que juravam a pés juntos que o despacho era legal? Como se sentirão estes três políticos que, objectivamente, prejudicaram milhares de jovens não lhes dando uma 2ª oportunidade para realizar os exames como deram a outros jovens, igualmente portugueses, igualmente cidadãos?
Será que estes responsáveis pela educação não se sentem?
Os portugueses pagam bem aos seus políticos. Os políticos têm total liberdade de decisão. Até para cometer ilegalidadades. Saibam assumir os políticos as suas responsabilidades.
Vão-se embora, se fazem favor.
P.S. - Espero que ninguém envie um sms à dren - Dra? Margarida Elisa - informando-a daquilo que aqui escrevi hoje.

Reitor