terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Frases Célebres

'Trata-se de uma solução absurda, como foi sublinhado por eminentes juristas. Mas o absurdo não se fica por aqui.'

Os poderes dos deputados da Assembleia da República nesta matéria foram hipotecados para sempre.'

'Não se trata apenas de uma questão jurídico-constitucional. Está também em causa uma questão de lealdade no relacionamento entre órgãos de soberania.'

'A ser assim, a qualidade da nossa democracia sofreu um sério revés.'

'Fiz tudo ao meu alcance para defender os superiores interesses do Estado.
'

A dissolução da Assembleia é a boma atómica em política. E o caso não era para tal. Mas, como é possível termos um Parlamento tão mau assim?
Porque pagamos a estes senhores?
Cavaco Silva fez o que se impunha e que outros não conseguiram fazer - veja-se o que fez o pior Presidente da República de Todos os Tempos- respeitou a Constituição.
E disse aos portugueses o que havia a dizer - que escolheram, livremente, o que de pior havia na sociedade para os representar. E disse-o com a elevação que se exige a um Presidente da República.

Reitor

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Conclave Dos Presidentes

Reitor

Um Bom Exemplo

É professor. Chama-se Miguel Loureiro. Tem 61 anos de idade e 36 anos e 4 meses de serviço. Tem o tempo todo para se poder aposentar mas não o fez. Preferiu ficar e dar o corpo ao manifesto. Em vez de carpir, escolheu lutar.

Vejam as declarações que fez na reunião do CP (roubado ao Ramiro)


Ainda há professores em Portugal.
De boa cepa.
Que lutam.
Que ensinam os seus alunos a lutar.
Reitor

Avaliadora Avaliada

Excelente texto de Mário Crespo. Veja-se a polivalência do modelo de avaliação dos professores...

Nas secções C e D da Ficha de Avaliação do Ministério da Educação, nos quatro subgrupos, a avaliada obteve oito classificações de Nível 3, pelo que, feita a média aritmética dos dezasseis parâmetros cotados lhe é atribuída a classificação geral de Insuficiente. Recomenda-se que sejam propostas à Doutora Maria de Lurdes Rodrigues as seguintes opções: integrar o quadro de mobilidade especial até colocação em Baucau; frequentar um curso das Novas Oportunidades e/ou filiar-se no Movimento Esperança Portugal; aceitar o 12º lugar na lista de espera para o próximo Conselho de Administração da FLAD; frequentar o curso de formação do INA - Limites da Autonomia Regional; ser animadora de As Tardes de Maria de Lurdes na RTP África; integrar a quota ainda disponível para antigos executivos socialistas na Mota Engil, Iberdrola ou BCP

Por mim, apostava na frequência de um curso das Novas Oportunidades...
Reitor

sábado, 27 de dezembro de 2008

The Law West of the Pecos




Pasme-se! A reunião terminou com a decisão de abrir um inquérito? Isto quer dizer o quê? Que, eventualmente, poderia não haver inquérito depois de toda a gente ver o que viu? Abrir um inquérito é um acto mais do que óbvio. Não me digam que se os meninos tivessem chorado mais um bocadinho, se os pais prometessem que durante duas horas lhes retirariam as consolas de jogos, ainda poderia haver uma hipótese de não haver inquérito? Brincamos?!!!


Essa do "alguém imparcial" também tem piada. As pessoas da escola não são confiáveis? Esteve na mesa a hipótese de ser um aluno a dirigir o inquérito? Algum professor poderá estragar a pistola de plástico que deverá ser devolvida em bom estado? Poderá existir algum torcionário na escola que arranque uma confissão aos alunos obrigando-os a confessar uma coisa que não fizeram como, por exemplo, apontar uma pistola à cabeça de um ser humano?

Se assim é, de facto, não estão reunidas as condições para que a escola garanta a imparcialidade de um processo de averiguações.

Já agora uma pergunta? Há enquadramento legal para se ultrapassar o Estatuto do Aluno e ir procurar alguém fora da escola para levar para a frente o inquérito? Ou esse "alguém imparcial" será a Inspecção Geral de Ensino, e então não se compreende a razão pela qual não foi logo apontada, ou então não se vê como é que a Escola do Cerco vai dar a volta à sua incompetência declarada e impor uma "personalidade imparcial"? Será um precedente interessante. As escolas enquanto organizações, mesmo no âmbito das competências que lhes são atribuídas por lei, dizem-se incapazes, incompetentes, ou seja lá o que for, para não dirimirem os conflitos gerados no seu seio. Poupa-se trabalho à escola, manda-se às malvas a perspectiva pedagógica das medidas disciplinares, aparece aí um juiz-de-fora (porque não o Roy Bean, himself?), as Associações de Pais até podem patrocinar uns out-sourcings para chamar os marshall's... Eh pá, porreiro.

Porque é que ninguém se lembrou disto, antes?

Director-geral

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Que chatice! Se ninguém tivesse visto...

A dra. Ludovina está com azar. Vai ter de trabalhar. Que chatice.
Doze alunos da escola do Cerco, no Porto, apontaram apontaram uma pistola à professora, em plena sala de aula.
Lamentável e criminosamente, um outro aluno da turma recolheu as imagens e publicou-as no youtube. Um bandido que deveria passar uns dias na choldra pelo abuso de filmar pessoas sem lhes pedir licença, segundo as "autoridades". Uma "irresponsablidade", segundo a directora da Escola. Para mim é absolutamente inqualificável a atitude e o modo como esta senhora doutora vê o mundo e exerce as suas funções.
Quanto aos alunos que ameaçaram a professora com uma arma, coitadinhos,

São 12 alunos normais e simpáticos, dos quais todos os professores gostam, e que se dão muito bem com a professora, que também é muito brincalhona", explica a Dra. Ludovina

Neste triste retrato só falta a Directora Regional lá do sítio: há-de chegar Margarida Moreira para nos vir dizer, como disse Paulo Guinote, certamente pelo excesso de doçaria que ingeriu nesta quadra, que não houve nada de grave.
Que foi uma simples brincadeira de miúdos como disse a pateta da directora da escola, que deveria ser demitida de imediato pela gravidade e irresponsablidade das palavras que proferiu.
Pobre escola pública portuguesa. Eu sei que não tens culpa dos desmandos daqueles que te dirigem e que fazem de ti o alfobre da violência e da preguiça. Não tens culpa que em ti medre o desrespeito, a facilidade, a violência, a indisciplina, o subsídio... Uma total inversão de valores, uma inadmissível relativização da maldade e da malfeitoria que faz dos criminosos vítimas e das vítimas algozes.
Bandidos é o que são os jovens que apontam armas a professores e a quem quer que seja.
É de plástico, dizem os de raciocínio boto que não percebem, nem nunca perceberão, que a gravidade do crime está em apontar a arma à docente e não em saber se a mesma era de plástico, porcelana ou aço. Se estava carregada ou descarregada.
Relativistas morais que ainda não perceberam que todas as armas são de brincadeira, excepto as que são empunhadas por mãos com vontade e capacidade para as disparar.
O Paulo Guinote sabe isto muito bem...
Este acto constitui-se, de facto, como uma ameaça armada dirigida a um professor no exercício de funções. Nada mais.
Reitor

Adenda em 26/10/2008
A Directora Regional sempre apareceu nesta fotografia. E também não nos surpreende: tudo "não passou de uma brincadeira de mau gosto que excedeu os limites do bom senso".

A directora regional de Educação do Norte (DREN) classificou o caso dos alunos queapontaram uma arma de plástico à professora de Psicologia durante uma aula na Escola Secundária do Cerco, no Porto, como uma "brincadeira de mau gosto", que "excedeu os limites do bom senso".

O Ramiro pede uma discussão serena e "sem "insultos" sobre a violência escolar. Sim, concordo. No entanto, para além da proibição de "insultos"acho que deveríamos estabelecer outros limites à discussão. Limites mínimos, patamares de decência: não desculpar a violência. Não relativizar a má educação e a indisciplina. Defender a punição dos responsáveis por actos de indisciplina e violência. Censurar todos os que velam e acobertam actos de violência, actos de indisciplina, actos de falta de respeito e de malvadez.
Estes também devem ser limites mínimos para se fazer uma discussão honesta sobre o assunto.

Comecemos por ouvir algumas das vítimas . Um pai, o filho e uma outra mãe:

"...como explica Mário Cardoso, (os pais) estão "demasiado habituados a ouvir histórias destas, quase todos os dias, mas com pistolas verdadeiras. E com navalhas e facas e cadeiras e vasos. Tudo serve para agredir professores e funcionários".

Diogo, o filho de 13 anos, confirma: "Se mostrares medo é pior. Por isso, entendo que os professores nunca façam queixa. Fazem como eu: afastam-se". O pai ...confessa que só "sossega quando ele chega a casa". E acrescenta: "A arma até pode ser de brincar, mas este comportamento numa sala de aula não pode ser considerado uma brincadeira. Mando o meu filho para a escola para ser bem comportado; não para fazer isso".

Justamente esse receio de contaminação, agravado pelo medo de ver alguém fazer mal à filha de seis anos, que leva uma mãe do Cerco (não quis dar o nome, tal é o receio) a colocar a criança na escola do Lagarteiro. "Fica mais longe de casa e a miúda até tem que dormir em casa da avó. ... Mas qual era a minha alternativa?", pergunta. "Metê-la aqui no Cerco, onde já vi um porteiro e uma professora a irem de ambulância para o hospital depois de terem sido espancados por alunos?" Para a mulher, que não deixa sequer a filha passear no bairro, "brincar com uma arma não é brincadeira nenhuma." E culpa os pais por isso: "São os primeiros a ir à escola bater nos professores. Quem não tem educação, não a pode dar, não é?"

Nada melhor que ouvir as vítimas para ser ver a dimensão do crime. Pois trata-se de crime e não de uma brincadeira, como disse a irresponsável que dirige a educação no norte do país.
Não são os cidadãos, nem os alunos violentos e indisciplinados que causam os maiores danos à Escola Pública. Não, não são estes.
Os responsáveis pelo desinvestimento e pela descredibilização da Escola Pública; aqueles que lhe lançam lama, que a pintam com as cores da iniquidade, do facilitismo, da má qualidade e da violência são os que dirigem a educação, nomeadamente as extensões locais do Governo - como é esta DREN. São estes que causam os maiores e mais graves danos à escola Pública Portuguesa. E que fazem com que os pais, mesmo os mais pobres, queiram mudar os seus filhos para escolas limpas, seguras, onde haja respeito e educação.
Não há pai nenhum, não há aluno nenhum não há cidadão nenhum que considere uma brincadeira apontar uma arma a um professor. Excepto se não estiver bom da cabeça, se a fidelidade ao Governo for tão canina (espero, Ramiro, que nenhum cão se sinta insultado) que lhe cegue o espírito ou como paga de favores, como é o caso de Miguel Valente, Presidente da Federação das Associações de Pais do Porto que deve favores, certamente:

«Este é um processo encomendado, não é por acaso que tudo aconteceu no dia 18 e só no Natal, um dia de festa, surge este problema para a comunicação social»,

O presidente da Federação das Associações de Pais do Porto admite que esta situação foi «encomendada por quem quer neste momento a política de terra queimada nas escolas, nomeadamente os próprios sindicatos, que lhes interessa um caso destes».

Só nestes casos de patologia clínica e de acentuada patologia de cidadania é que podemos encontrar respostas que desculpablizem actos desta gravidade ou, mais grave, que lancem sobre os inocentes e as próprias vítimas o estigma e a culpa.
A indisciplina e a violência - depois de verificadas - só podem ter uma resposta: censura social e penalização disciplinar/legal. O resto é conversa.
Reitor

sábado, 20 de dezembro de 2008

Cada tiro, cada melro

O Director-geral já nos deu nota de uma entrevista de fundo que Margarida Moreira, Directora da DREN e uma das mais conhecidas comissárias políticas do P.S., deu a um improvável jornal com a singular designação de “Labor”.
Como seria de esperar, Margarida Moreira, deseducadora de crianças e jovens , dada a maus exemplos e num registo excessivamente boçal fala-nos mal, muito mal, das matérias em que mexe diariamente.
São vários os momentos eloquentes mas eu ri-me particularmente com três:

À pergunta: Quais são os concelhos mais problemáticos? Sai logo o primeiro melro.

Os centros metropolitanos são sempre mais problemáticos porque são uma mistura da população estudante residente e daquela que acompanha os pais na sua hora de trabalho.

Que confusão senhora directora: nem os concelhos são centros metropolitanos; nem são uma “mistura da população estudante residente" com a outra população.
Os problemas educativos dos grandes centros urbanos têm a sua origem na falta de autoridade nas escolas, no Estatuto do Aluno e nos fracos serviços centrais e regionais de que dispõe o ME.

O segundo melro chega com o segundo tiro: De que forma é que isso se reflecte nos jovens (a emigração que se verifica no interior da região norte)?

Muito (sic). Hoje temos muitos jovens na miragem de que se derem um saltinho a Espanha vão ganhar três ou quatro vezes mais e, por isso, não precisam da escola para nada. Se os pais também foram para lá com a quarta ou a sexta classe, eles podem fazer o mesmo. Com a diferença de que a emigração dos anos 60 era de longa duração e esta é sazonal. Um jovem não está preparado para durante meio ano ter um nível de vida que de repente sobe e logo a seguir ter um trambolhão.

Como sabem todos os portugueses com dois dedos de testa, nem os jovens que frequentam as escolas do interior norte dão um “saltinho” (salta Margarida, salta Margarida…) a Espanha para ganhar 3 ou 4 vezes mais; nem os pais dos jovens em idade escolar têm a 4ª ou a 6ª classe (têm sim o 6º, 7º, 8º e 9º ano); nem os pais dos jovens em idade escolar emigraram para Espanha na década de 60 (emigraram, quando muito, os avós. E para França e não para Espanha.). Quanto a trambolhões, não sei. Sei de alguns trambolhos, é verdade, a exercer funções públicas apenas porque têm cartão do P.S.

E continua...
Sobre o Magalhães: a atitude dos professores é mesquinha, diz a nossa Margarida.

Vou dizer uma coisa que os professores não vão gostar... Acho que houve aí algum
aproveitamento …de algumas forças, para encontrarem mais um estratagema um
bocadinho foleiro, passando a expressão, de pôr os professores em reboliço.

Sobre a avaliação, aqui está um conselho:


O que eu tenho que fazer enquanto directora regional é dizer façam a avaliação como souberem, com a nossa ajuda. Uma coisa é certa, a avaliação é para ser feita até ao fim deste ano civil.

Perdoai-lhe Senhor que ela não sabe o que diz.
Reitor

Rápido! Rápido Srs. Futuros Directores

DREN again

De: DSGM (DREN) [mailto:dsgm@dren.min-edu.pt]
Enviada: segunda-feira, 15 de Dezembro de 2008 16:35
Para: Escolas Sede e não Agrupadas (DREN - Externo)
Assunto: Actualização - Dados da Greve
Importância: Alta

Exmo. Sr. ou Sr.ª Presidente do Conselho Executivo:

Solicitamos que envie informação relativa ao número de docentes com serviço lectivo distribuído que apresentaram documento considerado legalmente justificativo de faltas, da parte da manhã e da tarde do dia 3 de Dezembro.
No caso de Agrupamento de Escolas a informação deve ser enviada em termos dos totais dos docentes do Agrupamento.Esta informação deve ser enviada até às 10 horas de amanhã, dia 16 de Dezembro.
Com os melhores cumprimentos,
A Direcção.

Reitor

As singularidades de uma rapariga loira "platinada"

Margarida Moreira continua impagável nas suas intervenções. Recomenda-se a leitura de uma entrevista da dita ao jornal “O Labor” de S. João da Madeira. Nela se vê como o labor mental da dita se revela em profundíssimas perorações sociológicas da realidade portuguesa ao nível dos melhores tratados sobre o assunto. O seu diagnóstico sobre as relações dos jovens com a emigração em Espanha é um achado que bem poderia inspirar trovadores de grande categoria.
Quem não se comove?
Outra:
“(…) Foi dizer que a escola pode ser uma escola de totalidade. Cada vez mais defendo que uma escola, um mesmo conselho executivo, deve ser responsável pelas crianças desde que elas entram no sistema educativo até que elas saiam. E quando digo a mesma escola posso estar a falar de uma escola com mais do que um edifício. Porquê? Porque os professores de português vão ter que se juntar todos e, portanto, se eles vêm ou não mal preparados eles vão ter que encontrar estratégias em conjunto para que deixem de vir porque a responsabilidade passa a ser de todos.”
Quem é que vem mal preparado? Os cachopos? Os professores de português (sic)?
Solução: Tudo ao molho e fé em Deus. Juntam-se os professores de português e encontram-se estratégias para que deixem de vir mal preparados, (suponho que a cachopada toda, não os professores, embora não tenha a certeza pela forma como isto é dito) mesmo que venham bem preparados (se eles vêm ou não mal preparados terá sempre que haver estratégias, diz a Maggy). Confuso? Eu não. Acho a trouvaille profunda, brilhante… Estou em crer até que a Maggy não estaria em desacordo que para esta geração educada a ver filmes de tiros, bombas e murros nas trombas, uma boa estratégia seria a aplicação coordenada de uns pares de chapadas nos putos, grandes e pequenos, todos juntos, percebessem ou não os motivos de estarem a “comer”, para ver no que dava o assunto. Só discordo de uma coisa. Porque é que só os professores de Português é que terão de afinar estratégias. Então os professores de Espanhol ou de Informática se quiserem enfiar dois bilhetes na tabuleta de um aluno estarão disso inibidos? Não acho justo… Se é uma escola da totalidade ou há moralidade ou comem todos.
Acho até que na DRE do Norte , já que foi aí que nasceu a ideia, a Maggy deveria moderar um debate ao jeito dela. A iniciativa poderia começar na Escola Secundária da Covilhã (modelo de virtudes) e terminar com um debate alargado na DREN moderado pela Directora ela própria.

Director-geral

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Demagogia feita à maneira...

O Primeiro-ministro engoliu uma cassete. Repete à saciedade que é necessária a avaliação dos professores. Ora, nunca ninguém, muito menos os professores, disse ou diz o contrário.
As intervenções de Sócrates sobre o assunto, simplistas e repetitivas, vão sempre no mesmo sentido: (1) os professores não querem ser avaliados; (2) a avaliação é importante para o futuro da educação.
A técnica é por demais conhecida dos profissionais da Propaganda e Sócrates, nesse aspecto, bebe de mestres: repetir, até à exaustão se necessário, uma ideia simples, aparentemente lógica e sensata. A técnica do martelamento produz junto dos mais incautos e/ou menos informados resultados favoráveis para o seu emissor, sobretudo, se este gozar de prestígio institucional. Quando as características da mensagem são adequadas ao público-alvo a quem se dirige e quando se trata de alegadamente "pôr na ordem", "retirar privilégios" a uma classe supostamente favorecida, fazendo-se assim justiça, então a receita funciona às mil maravilhas.
Note-se que Sócrates nunca se refere aos méritos ou deméritos do modelo de avaliação em causa, às habilidades ou inaptidões de quem o formulou e quis pôr em prática.
Isso, obviamente, não lhe interessa. O que interessa é fazer passar a mensagem de que se tem "sentido de estado" (o que, ainda segundo Sócrates, a toda a sociedade civil parace faltar), que os professores são uns calaceiros e que, contra todos, ele lutará sem desfalecimentos a "bem da nação".

Tal desonestidade intelectual, tal demagogia, tal esperteza saloia são lamentáveis.
Diria mais: EXECRÁVEIS.

Director-geral

Corrigir a Avaliação? Actos Inválidos? Violação da Lei?

De: DGRHE.MEducacao@dgrhe.min-edu.pt[mailto:DGRHE.MEducacao@dgrhe.min-edu.pt]Enviada: sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008 19:01
Assunto: Avaliação do Desempenho Docente 2007/2008 - Não cumprimento doDespacho nº 20131/2008, de 30 de Junho de 2008

Exmo Senhor Presidente do Conselho Executivo

No âmbito da avaliação dos docentes contratados, em 2007/2008, constatou-se que, por parte de algumas escolas, não foi cumprido o estipulado no nº 4 do artº 21 do Decreto - Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro e no Despachonº 20131/2008, de 30 de Junho de 2008, no que diz respeito às percentagens máximas a atribuir às menções de "Muito Bom" e "Excelente".
Assim, nos termos do artigo 141º do Código do Procedimento Administrativo (CPA) importa corrigir as avaliações efectuadas, porque se consubstanciam em actos inválidos por violação da lei e, desse modo, promover a adequada avaliação,aos termos do referido diploma.
Nas escolas em que tal incumprimento se tiver processado, devem ser imediatamente desencadeados os necessários procedimentos para que a avaliação final atribuída cumpra os desígnios legais, tendo em conta que o prazo para a sua revogação é de um ano a contar da data da sua produção.
Com os nossos melhores cumprimentos,

A DGRHE - Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação
ATENÇÃO: por favor, não responda a este email, pois o endereço utilizadopara o seu envio NÃO ESTÁ configurado para recepcionar emails.
Mas, a a avaliação dos 7.000, ou seriam 12.000 ou, então, 20.ooo professores contratados não tinha sido um sucesso?
Agora diz a DGRHE que é preciso corrigir a avaliação? Corrigir o quê? Corrigir quem?
Actos inválidos? Violação da lei?
Alguém faz o favor de explicar.
Obrigado.
Reitor

Não há almoços grátis, pois não Armandina?


Treze professores!?
Estiveram mais a assitir à cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Professor do ano de 2007? O prémio é de 25.000 euros, não é verdade, Armandina?

Reitor

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

De simplificação em simplificação...

Todos os professores que estiverem em condições de pedir a reforma nos próximos três anos serão dispensados da avaliação de desempenho, se assim pretenderem, anunciou hoje a ministra da Educação, no final do Conselho de Ministros

Além destes docentes, também os professores contratados pelas escolas para leccionar áreas profissionais, tecnológicas e artísticas, que não estejam integrados em qualquer grupo de recrutamento, poderão igualmente pedir a dispensa da avaliação

Para diminuir a sobrecarga de trabalho nas escolas...

Reitor

O Sabichão

O Ministério da Educação, consciente das dificuldades sentidas pelas escolas e pelos professores na aplicação do processo de avaliação de desempenho docente, aprovou um conjunto de medidas que introduzem alterações importantes nas condições de concretização do modelo. Com o objectivo de apoiar todos os intervenientes neste processo, é agora disponibilizada uma ferramenta de “Perguntas & Respostas”, à qual terão acesso de consulta todos os professores. As respostas disponíveis na aplicação são sistematicamente actualizadas, com base em questões apresentadas pela direcção executiva das escolas

Reitor

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Plano Tecnológico da Educação 18

"Escola com tacos podres e pombos no refeitório"

Reitor

Aluna constituída arguida aos 9 anos

A frase que sintetiza a atitude dos pais de hoje perante a escola:

"A escola falhou em todo o processo: a minha filha foi acusada e à outra miúda não aconteceu nada", diz a mãe..."

A frase que sintetiza a atitude dos líderes escolares perante aqueles a quem deveriam prestar contas:

"Não sei do que está a falar. Temos muitos alunos e processos", disse Isilda Barros, Presidente da Comissão Provisória do Agrupamento de Escolas da Pedrulha

Reitor

RADIONOVELA "A DESGRAÇADA"

O mistério, a paixão, a violência, o sexo...

Numa Novela bem Desgraçada como você tanto gosta!Cenas do último episódio:
Albino, O Almeida, Álvaro “Graxal” Santos e tutti quanti já se pisgavam… O futuro adivinhava-se negro…
O estafe maravilha, Walther “Chumbado por Faltas” Lemos, Jorge “Sinistro” Pedreira, Margarida “Bufa” Moreira e mais três estarolas, colegas desta reunido de emergência, encontra uma solução para salvar o monstro (ADD) em perigo: doravante, toda a gente falará em espanhol sempre que haja alguma referência ao assunto.
(Jingle): GRAXAL, GRAXAL (pianissimo) GRAXAAAAL (em crescendo), GRA (pausa) XAAAAAAL (final empolgante).

HOJE: Marilú, quase mata o monstro. Saiba porquê...


O Primeiro anda preocupado. E se o monstro morre? Decide ligar para Marilú mas desliga logo de seguida. Ao ouvir o toque do telemóvel pensou lá para ele: - Fonha-se! Queres ver qu’a gaja mudou de número, pá. Volta a marcar e o toque repete-se. O Primeiro sentia-se incomodado pois aquilo fazia-lhe recordar as suas primeiras surtidas a Valverde del Fresno, quando jovem estudante na Covilhã, a uma casa muito jeitosa, com umas catraias à maneira… Mas desta vez, esperou até ouvir uma resposta.
- ¿Hola? Primero! ¿Qué tal?
- ¿Está Marilú? Que porra é essa de agora falares em espanhol?
- Ah, ainda não tinha explicado. É que nós, aqui, decidimos falar em espanhol sempre que nos referirmos à Avaliação de Professores. Vou pedir à DGRHE para te enviar um mail a explicar tudo.
O Primeiro nem se deu ao trabalho de querer saber mais detalhes. Pensou com os seus botões que, afinal, daquelas cabeças, uma trengada a mais ou a menos, já nem estragava grande coisa. Afinal, era só esperar algum tempo.
- Porreiro, pá! Vamos ver como se vão passar as coisas. Até já fui almoçar com o #!##%\## para ver se lhe dava a volta.
- Com quem?
- Com “aquele-cujo-nome-não-se-pode-dizer”.O Primeiro estava lívido.
- Quem? O Voldemort? Do Harrry Potter?
- Não, carago. O #!##%\##
A chamada cai. Marilú não sabia bem se devia ver nisso alguma espécie de sortilégio ou um presságio. Nessas ocasiões só alguém por quem nutria muito carinho lhe dava algum respaldo. Decidiu, pois, ligar ao seu menino d’oiro. Mesmo que a resposta não fosse imediata não se importava de aguardar e ouvir a resposta programada do telemóvel para responder ao seu número pessoal.
- ¿Hola? Cariño! ¿Qué tal?
- Ó Marilú, se é por causa da carta, eu…
- Olvida la carta. Solamente, quiero recordar los tiempos en que éramos felices, antes de todo acontecer. Te recuerdas?
- Por supuesto, Marilú. Sabía desde niño qué nuestros destinos se iban a cruzarse.
Marilú sentia a sua pele ficar macia, as pernas tremeluzentes, a voz roufenha… Não, não podia deixar que os sentidos tomassem conta dela. Afinal, era ou não era uma medusa? Ai… ai…
Com um frémito desliga o telemóvel e corre, lépida, pelos corredores da 5 de Outubro. Los muchachos precisavam de ver como, qual Fénix renascida, iria dar novo ânimo à ADD. O que lhe acontecera fora uma experiência nunca antes sentida. Sentia-se outra. Já via as coisas de outro modo, tinha-se operado um milagre que lhe fazia ver o mundo com outros olhos. Afinal a vida poderia ser diferente, alegre, feliz. Tomou uma resolução ia matar o monstro. Ia… SUSPENDER A AVALIAÇÃO.
Abriu a porta do gabinete de Walther “Chumbado por Faltas” Lemos e Jorge “Sinistro” Pedreira. Mal entrou a música ambiente, sempre a mesma, foi como um balde de água fria: sempre com alusões à medusa, coisa e tal, até já metia nojo, mas porque raio nunca tinha reparado nisso? Les copains para aqui, les copains para ali… para onde vai um vai o outro… Alguém lhe dissera que agira em todas as séries americanas e novelas brasileiras apareciam casais de gajos de gajos com gajos e gajas com outras, tu queres ver Marilú que por aqui anda lobby? Não se aguentou:
- Olhem lá porque é que não mudam de música e não põem a Gloria Gaynor? Ah?
Walther “Chumbado por Faltas” Lemos e Jorge “Sinistro” Pedreira entreolharam-se e responderam:
- E qu’é que você quer? A Marilú é que tentou libidinosamente conquistar os professores masculinos e agora tem o topete de criticar os outros?!! Bela anarquista, sim senhora, a mostrar o pername como uma burguesa qualquer?
E assim, derrotada, sem apoio, no dia do quase quase, se esfumou o esperança de Marilú.
Entretanto da DREN:
- HODER, HODER, donde está un ordenador portátil? Me cago en la hostia que en esta casa ningún sabe donde paran las cosas.
Margarida “Bufa” Moreira procurava desesperadamente um computador. Era quase uma obsessão. Agora que aprendera a mandar mail’s não queria outra coisa.
- Entonces, nem um Magallanes? Que quiero mandar un correo a todos los jardines infantiles del Norte. Margarida entrou no Gabinete esbaforida.
- Es que tuvo una idea de puta madre. Yo hay sido una educadora de niños, cierto? Pero entonces se tenemos que hablar español se empesa por los chiquititos, cierto?
Começa a bater o “correo”:

Exmo. Sr. o Sr.ª: Presidente o director/ejecutivo

En el primer lugar quisiera agradecer toda la contribución y apoyo que demostró siempre la escuela que V. Ex.ª dirige. Estoy segura que el proceso de la evaluación del desempeño ha merecido de la escuela un trabajo aumentado y que hay sido puesto en práctica. Espero convictamente que las reuniones del trabajo llevados ya a través de todos los coordinadores y miembros de la gerencia, haga sido un contribuyo para la organización del proceso.
Hoy quiero HABLAR A TODOS LOS CHICOS Y CHICAS que se ocupan de los niños y niñas portuguesas (cachopos para quién no lo entienda).
Tenemos que empezar a ENSEÑAR-LES ESPANUEL ahora para que cuando se quedaron grandes e quisieron ser maestros posan ser avaluados sin problemas ni aburrimientos.
1. LOS MAESTROS no deben decir que no saben.
2. Todos tendrán que ensenar los niños y las niñas a cantar “El señor D. Gato”.
3. EL MÁS IMPORTANTE ES INFORMAR, NADIE PUEDE DECIR QUE NO SABE. LA DISTRIBUCIÓN SERÁ CÉLERE.


Con los votos de FELIZ NAVIDAD, buenas fiestas y mis elogios mejores
MM - LA DIRECTORA REGIONAL


Feliz da vida, depois de tão consequente e importante medida de gestão MM, mulher de guerra, lá foi participar em mais um debate sobre questões educacionais.
Duas mulheres um destino: Marilú em desespero; MM esplendorosa.
Que mais nos irá acontecer?
O monstro morre? Não morre?
Não perca os próximos episódios da radionovela “A DESGRAÇADA”
(Jingle): GRAXAL, GRAXAL (pianissimo) GRAXAAAAL (em crescendo), GRA (pausa) XAAAAAAL (final empolgante).

Narração de: Director-geral

Plano Tecnológico da Educação 17

A "escola do Iraque" fica ali na Pontinha...
Reitor

domingo, 14 de dezembro de 2008

Olha, Olha. Mais Um Parecer.

CONSELHO DAS ESCOLAS
PARECER N.º 3/2008 - ESTATUTO REMUNERATÓRIO DO DIRECTOR

Com agradecimento ao "cartas_ao_portador". Tem lá mais "material"...

(falta a introdução....)

1. ao director é devido um suplemento remuneratório pelo exercício de funções, que acresce ao vencimento base da carreira docente;
2. aos subdirectores, adjuntos e coordenadores de estabelecimento de 1.º ciclo é devido um suplemento remuneratório, de valor indexado ao do director, que acresce ao vencimento base;
3. o subdirector poderá optar pela leccionação de uma turma, tal como o director;
4. é atribuído à escola/agrupamento um crédito global de horas para o desempenho das funções de adjunto do director, de assessor e de coordenação e gestão intermédia da escola, sendo que, o desempenho de cada uma das referidas funções não dispensa o docente da prestação de serviço lectivo, podendo ser-lhe atribuída apenas a leccionação de uma turma;
5. no caso do adjunto ser docente da educação pré-escolar ou de 1.º ciclo, a respectiva componente lectiva é prestada no exercício de outras funções no agrupamento de escolas;
6. o número de adjuntos é estabelecido em função da população escolar e do tipo e regime de funcionamento da escola, da complexidade e diversidade de ofertas educativas;
7. as escolas devem poder contratar, em regime de tarefa ou avença, serviços externos para assessorias técnicas, desde que as mesmas onerem o seu orçamento de receitas próprias e tenham sido aprovadas pelo conselho geral sob proposta do director;
8. podem ainda as escolas, no caso de não disporem de recursos próprios para o efeito, contratar as assessorias referidas no número anterior, se obtiverem junto do Gabinete de Gestão Financeira a necessária cabimentação de verba.
O presente parecer foi aprovado, por maioria, na reunião do Conselho das Escolas de 17 de Novembro de 2008.

Foram apresentadas as seguintes declarações de voto:
- “Votei a favor de se incluir novamente para discussão e votação a proposta rejeitada na reunião anterior, por considerar que o contexto em que aconteceria a sua discussão e votação é objectivamente diferente daquele em que foi rejeitada. De facto, essa proposta não foi rejeitada por confronto com outras, como agora iria acontecer, o que poderia alterar radicalmente a sua votação. Para além disso, essa proposta, que agora não entrará na discussão, era a única que salvaguardava os dois princípios que sempre defendi e defendo: que o Director deve ser quem aufere o vencimento mais elevado dentro da Escola, já que é quem tem mais e maiores responsabilidades; e que todos os Directores devem ter o mesmo vencimento, uma vez que a responsabilidade e as competências a exigir a cada um deles são as mesmas em todas as escolas do país.” Pedro Miguel da Silva Araújo – conselheiro do distrito do Porto.
- "Votei contra os pontos 8 e 9 do parecer sobre o Estatuto Remuneratório do Director, porque entendo que deve ser o Orçamento de Estado a suportar os encargos com actividades de gestão. A não ser assim, poder-se-ão criar desigualdades nos recursos disponíveis para gerir com eficácia algumas escolas/agrupamentos, visto que, nem todas as unidades de gestão dispõem de equipamentos capazes para gerar receitas." Jorge José Maia Jerónimo – conselheiro do distrito de Coimbra.
- “Votei contra o parecer aprovado pelo Conselho das Escolas (CE) relativo ao Estatuto Remuneratório (ER) do Director, aprovado em reunião ordinária, em 17/11/2008, pelas seguintes razões:
1. Ao contrário da tese que mereceu o voto favorável da maioria dos membros do Conselho, considero que o Director deve ser o elemento da comunidade escolar que aufere o vencimento mais elevado, entendendo-se por “vencimento” o vencimento base mais o respectivo suplemento. Para alcançar este desiderato, era fundamental que o vencimento devido pelo exercício da Comissão de Serviço do Director tivesse como referencial o vencimento de um docente no escalão mais elevado na carreira. Assim não entendeu a maioria dos conselheiros.
2. A maioria do Conselho também não compartilhou comigo a defesa da tese de que à Comissão de Serviço de Director de uma escola deve estar associado o mesmo vencimento, independentemente da escola onde se exerce essa Comissão e independentemente da carreira de origem de quem a exerce. Com efeito, venceu a tese de que os Directores devem ter vencimentos diferenciados de acordo com a posição que ocupam na carreira de Professor.
3. Ora, nunca se poderia aceitar que a uma mesma Comissão de Serviço e ao exercício das mesmas competências e responsabilidades pudesse ser atribuído diferente vencimento, sob pena de, por um lado, se mutilarem gravemente os princípios de justiça e de equidade e, por outro, se transmitir à sociedade a ideia de que há Directores de primeira e de segunda categoria, conforme o vencimento que auferem. José Eduardo Lemos, Conselheiro do Distrito do Porto.” Subscreveram esta declaração de voto, ainda, os seguintes conselheiros:Maria Natália Cabral – conselheira do distrito do Porto;José Alberto Queirós Ramos – conselheiro do distrito do Porto;Carlos Alberto Lopes Pereira – conselheiro do distrito de Braga.
- “Votei contra a proposta de parecer apresentada porque considero que o Director deve ser o elemento da comunidade escolar que aufira o maior vencimento da organização e este princípio não foi contemplado na mesma. Esta posição deve-se ao facto de que considero que o Director exerce as funções em comissão de serviço e que estas comportam um conjunto definido de competências, obrigações e responsabilidades que justificam esta remuneração”. Joaquim Filho – Conselheiro pelo Distrito de Braga.
Caparide, 17 de Novembro de 2008.


Este pedaço de Parecer está datado de 17/11/2008, data da célebre reunião em em que foi aprovado o parecer a favor da suspensão do modelo de avaliação, o que vem provar que o Conselho das Escolas (CE) não dorme. Vai fazendo o seu trabalho sem alarido.

Só lamento que os trabalhos do CE não sejam disponibilizados na respectiva página electrónica para todos poderem ter acesso a eles.
Quanto ao Parecer,

Noto que, apenas, os pontos 3 e 4 se referem a aspectos não previstos no diploma da Autonomia e Gestão (decreto-lei nº 75/2008). Os restantes são mais do mesmo.
1 - Gosto da ideia de o subdirector poder não leccionar. Se substituiu o director deve poder beneficiar de idêntico estatuto.
2 – Não gosto nada da ideia de ser atribuído um crédito de horas para o Director (e não a escola/agrupamento, como sub-repticiamente se refere) distribuir pelos amigos. Reparem que estas horas de crédito correspondem a todas as horas de redução lectiva devida pelo exercício de cargos de direcção (adjuntos) de Assessoria à Direcção e de gestão intermédia (Coordenadores). É muita hora para o director (di) gerir. Penso que o ME não irá nisso.
3 – Rio-me e espanto-me ao ler os nºs 7 e 8: então os líderes das escolas portuguesas acham que os técnicos que assessoram as escolas devem ser pagos pelo orçamento de receitas próprias das …escolas!?
Mas, que receitas próprias têm as escolas. Nós ouvimos dizer que não têm dinheiro para pagar centrais telefónicas que avariam, nem visitas de estudo, nem material de desenho, nem material informático, nem papel higiénico…
Como é que vão ter para pagar a assessores? Ele é cada conselho. A safa deles é que a meta-ministra ainda não perdeu o juízo.
E continuam os conselheiros, se não houver massa pede-se cabimentação ao Ministério da Educação? Estes mecos estão doidos? Já pensaram na possibilidade teórica de, por mero acaso, o ME não vos der cabimentação dizendo, ainda por cima, que as escolas têm autonomia?
Já sei que podia ser pior. Suas excelências, os conselheiros, poderiam ter-se lembrado de aconselhar a Ministra a permitir ao Director cobrar 10 euros por cabeça a cada aluno que se matricule na escola. Para compor o orçamento de receitas próprias…
Concordo genericamente com as declarações de voto. Ou seja, concordo com o princípio de que o Director deve ser a pessoa que mais ganha na escola. Sem dúvida.

Reitor

sábado, 13 de dezembro de 2008

Os Líderes Que Temos

João Paulo Mineiro, Presidente do Conselho Executivo da Escola Sec. da Covilhã "ganhou"o Prémio Liderança, atribuído pelo Ministério da Educação.
E deu uma interessante entrevista ao jornal "O Interior". Uma pérola que merece ser conhecida e analisada.

Vamos às partes que mais interessam.

1 - A "natureza" do Prémio: um impulso colectivo

P – Que significado tem para si o Prémio de Mérito Liderança atribuído pelo Ministério da Educação?
R – Em primeiro lugar, é uma honra receber um prémio desta natureza, porque é o reconhecimento de um trabalho feito ao longo de mais de uma década. Por outro, tem um significado ainda maior por resultar da vontade de um colectivo, pois não somos nós que nos candidatamos, mas é a comunidade escolar que organiza todo o processo... É graças a este esforço conjunto que esta escola tem sido aquilo que é e tem conseguido atingir determinados objectivos
.

Ensinamento: a escola tem sido aquilo que é e tem conseguido atingir “determinados” objectivos

2 - “A escola do paradigma humano”: muito humanizada

P – Essencialmente, o que diferencia esta a escola das Palmeiras das outras?
R – É, acima de tudo, uma escola que assenta no paradigma humano. É muito humanizada, colocando o cerne da educação no aluno como pessoa. O que caracteriza esta escola é o seu bom clima e a vontade de querer produzir aprendizagens de qualidade e a vontade de todos para que se construa um ensino e uma escola pública de qualidade.

Ensinamento: A escola é tanto mais “humanizada” quantos mais alunos a frequentarem. O clima frio e seco também ajuda.

3 - O “insucesso” escolar: É mais ou menos. Assim-assim

P – Qual a taxa de insucesso e abandono escolar da escola?
R – É muito reduzida. Felizmente, a taxa de sucesso real é elevada. O que nos interessa é que se construam aprendizagens de qualidade, daí que o sucesso do aluno se traduza com o adquirir de competências.

Ensinamento: A taxa de sucesso “real” é elevada como se comprova pelo lugar ocupado pela escola nos rankings dos exames do ensino secundário: 2007- 423º lugar e 2008 - 204º lugar
4 - A avaliação dos professores: há coisas que não posso dizer

P – Como vê a actual polémica do sistema de avaliação dos professores?
R – O que posso dizer é apelar para que haja consenso para que se encontrem soluções que têm que passar por um clima de estabilidade nas escolas. Gosto que se encontrem soluções de consenso e de estabilidade.

Ensinamento: O líder não diz tudo. Primeiro vê quem tem o pau, depois vê se tem as costas forradas e só então declara solene: apelo para que todos se dêem bem e se encontre a boa solução…

5 - Os protestos dos alunos: sou democrata e gosto de diálogo

P – E em relação aos protestos dos alunos?
R – Vivemos num estado democrático e acho saudável a partilha, reflexão e a expressão das diferentes opiniões. Penso que deve discutir-se e analisar-se estas situações e depois tomarem-se determinadas opções. Mas, acima de tudo, deve imperar o bom senso e encontrarem-se soluções, porque só assim poderemos construir uma escola melhor e andar para a frente.

Ensinamento: Os alunos são mais e mais imprevisíveis que os professores

E assim acaba a entrevista.
Das respostas do prof. João Paulo pode-se traçar o perfil do "líder" das escolas portuguesas, por certo muito aproximado à realidade.

Perfil do Líder das Escolas Portugueses

– Profissional apreciado, de preferência premiado, pelo Ministério da Educação
– Profissional com “determinados” objectivos para a escola
– Profissional que ajude a “humanizar” a escola
– Profissional preocupado em obter elevadas taxas de sucesso “real”, mesmo que o sucesso escolar se fique pelo meio da tabela
– Profissional que resolve os problemas consensualmente e, perante os ataques infligidos àqueles que dirige, diga pouco, seja cauteloso e dialogante com o opressor
– Profissional que veja bem e que saiba contar (será necessário saber quem tem o pau e quantos paus estão em jogo)

Reitor

Um dos Coveiros da Democracia

O Dr. Almeida Santos, advogado de sucesso na ditadura, político de sucesso na democracia e reformado activo do Partido chuchalista, veio dizer à TSF umas baboseiras que, não fizessem escola junto de muitos políticos do regime, dariam uma barrigada de riso.

As suas tristes palavras são o espelho do Estado de "Direito Democrático" que ele próprio - ilustre e rico advogado no tempo da outra senhora, ajudou a fundar. Estado moldado pelas suas mãos, à sua imagem e à imagem daquilo que defende.

Diz o insígne ex-jurista, ex-político e reformado no activo:

«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas».

Para aqueles que não alcançam o fundo pensamento do Dr. Santos, o que o ex-presidente da Assembleia da República defende é que os deputados deveriam ganhar mais, faltar quando quisessem e, ainda por cima, justificar essas faltas, trabalhar menos, acumular as funções públicas de deputado com as funções privadas de advogado, enfim, advogar enquanto representam o Povo e representar o Povo enquanto advogam.

Foi este o regime político amassado pelo Dr. Almeida Santos: um regime em que teriam lugar, apenas, os eleitos do costume. A casta.

Mas, o ilustre socialista rico disse mais:

«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».

À sexta-feira é muito difícil e penoso trabalhar. E, como os deputados "são humanos, não são máquinas" à sexta-feira nunca havia votações para que os deputados, extenuados, pudessem faltar ao trabalho, antecipando em um dia o fim-de-semana. Inteligente este dr.

Porque o trabalho político era intenso, até acontecia de os deputados chegarem ao Parlamento na 2ª feira ao final da tardinha e regressarem aos seus círculos à quinta-feira uma vez que à 6ª feira não se trabalhava por antecipação do fim-de-semana.

À terça descansavam até ao meio-dia por causa do desconforto da longa viagem e, após um reconfortante banho e uma energética almoçarada, deslocavam-se ao Parlamento para representarem o Povo. Após uma ou duas horas de conversa com outros deputados, lá se sentavam nos cadeirões do hemiciclo. Quando acordavam da sesta participavam activamente nas votações.

À quarta-feira sim. O trabalho era intenso. Trabalhava-se de manhã e à tarde, excepto se houvesse necessidade de realizar trabalho político.

Por isso, Almeida Santos defende que, para além do fim dos plenários à sexta-feira, deveria haver

"ainda um aumento de salário para os deputados para melhorar a imagem dos mesmos e credibilizar a classe política portuguesa".

Se houvesse vergonha e respeito pelo POVO...

Reitor

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Avaliação e a Qualidade

Sabem de algum estudo, relatório ou tese que mostre evidências de melhorias organizacionais após a introdução do SIADAP na Administração Pública ou Autárquica?
Sabem de alguma escola onde existam evidências de melhorias decorrentes da introdução do SIADAP na avaliação dos funcionários e/ou dos Psicólogos?
Em que escola do país está o serviço a ser prestado com mais qualidade? Onde se eduque melhor que antes da introdução do SIADAP?
Conhecem alguma escola cuja avaliação externa tenha resultado em melhorias? Que hoje preste um serviço de maior qualidade que aquele que prestava antes da avaliação externa?
Onde estão elas? Que melhorias são visíveis?
Reitor

Calma! Nada de pressas! Ainda faltam normativos legais para se avaliar professores este ano lectivo

«Relativamente à avaliação do desempenho para este ano lectivo, as negociações terminaram e o Governo aprovará muito em breve todas as medidas e instrumentos legislativos e normativos que permitirão o desenrolar do processo de avaliação para este ano lectivo».

Enquanto não são aprovadas as "medidas e instrumentos legislativos e normativos que permitam a avaliação dos professores este ano lectivo", talvez seja boa ideia os sindicatos pedirem uma linha de crédito ao BPN, a taxas reduzidas, para permitir que os professores façam uma greve de longa duração, tipo dez dias úteis, hem?
Reitor

Plano Tecnológico da Educação 16

A Escola EB 2,3 de Aguiar da Beira está há quase dois meses sem telefone e fax. A central queimou-se num dia de trovoada. O Ministério da Educação já sabe do caso, mas ainda não o resolveu. Os pais falam em situação "caricata

Os pais das crianças acham a situação caricata, mas a Presidente do Conselho
Executivo, Augusta Meireles, desvaloriza o caso: a "Nada ficou por resolver pelo facto da escola não ter telefone e fax". Até porque, "lá fora" há uma "cabina telefónica que faz sempre jeito".

Adesivagem a quanto obrigas...
Reitor

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Votos de Boas - Festas


Exmo. Sr. ou Sr.ª:
Director / Presidente do Conselho Executivo


Em primeiro lugar gostaria de agradecer toda a colaboração e apoio sempre demonstrado pela escola que V. Ex.ª dirige.
Estou certa que o processo de avaliação do desempenho tem merecido da escola um trabalho acrescido na sua implementação. Espero convictamente que as reuniões de trabalho já realizadas com todos os coordenadores e membros da gestão, tenham sido um contributo para a organização do processo.
Da nossa parte iremos desenvolver outros processos de apoio designadamente, onde os esclarecimentos e a nossa organização não correspondeu a certas expectativas dos participantes, quer nas escolas com maior número de perguntas colocadas nas Equipas de Apoio às Escolas da DREN e nos serviços da sede.
Importa contudo antes do mais dar garantias a todos, e estas devem constituir prioridade para todos nós, pelo que chamamos a sua particular atenção para o facto de estarem também a chegar a diferentes serviços do Ministério da Educação queixas de docentes que se vêem inibidos ou impedidos de prosseguir com o processo de avaliação de desempenho.
Atendendo a que o processo de avaliação de desempenho do pessoal docente deve prosseguir com normalidade em todas as escolas, e que os normativos que o regulam (Decretos Regulamentares nºs 2/2008 e 11/2008) estão em vigor e neles se baseiam as alterações aos despachos recentemente aprovadas e dadas a conhecer a todas as escolas, vimos solicitar o
seguinte:

- Os directores e os conselhos executivos, enquanto garantes do cumprimento da legalidade nas escolas, devem assegurar a criação das condições indispensáveis ao normal desenvolvimento do processo de avaliação, intervindo sobretudo nas situações impeditivas do exercício do direito à avaliação por parte dos docentes;
- Os directores e os conselhos executivos devem desmentir eventuais informações que dêem como suspenso o processo na escola que dirigem, uma vez que tal é susceptível de alimentar dúvidas e incertezas junto de todos os que querem prosseguir o seu trabalho e se sentem sem protecção no interior da escola.

Com os votos de Boas Festas e os meus melhores cumprimentos,

A Directora Regional de Educação do Norte

Margarida Moreira

Reitor

"10 Mitos sobre a avaliação de desempenho docente"

Ei-los:
Mito 1 - É um processo muito ágil e pouco burocrático.
NÃO, antes pelo contrário. Os professores avaliados, ao contrário do que se passa em todas as organizações, intervêm no processo não só na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação, mas também na constituição, organização e actualização de um portefólio; na preparação de aulas assistidas (este ano dois planos de aula); na recolha e organização de evidências que “provem” a sua participação em projectos e actividades, o relacionamento com a comunidade; a participação nos órgãos e estruturas; a realização de formação contínua, etc, etc. E o Director da escola terá um trabalho imenso: entrevistas, discussão de objectivos, recolha de dados, preenchimento das fichas e avaliação propriamente dita. TUDO PARA NADA.

Mito 2 - A avaliação facilita o trabalho dos professores e a realização das aulas.
NÃO, antes pelo contrário. Os professores avaliados, para além do cumprimento do seu horário de trabalho, que existia antes deste processo de ADD, terão de desenvolver um enorme conjunto de tarefas e organizar imensa papelada (Mito 1) que os obrigará a trabalhar para além das 7 horas diárias, o que prejudicará a sua vida privada e profissional. Com efeitos negativos na qualidade do ensino prestado e no relacionamento com os pais e encarregados de educação.

Mito 3 - O modelo de avaliação de desempenho docente é exequível.
NÃO, antes pelo contrário. O modelo de avaliação está a ser aplicado apenas em meia dúzia de escolas do país, naquelas que têm Directores mais adesivos. Dezenas de milhar de professores estão a boicotar o processo negando-se a apresentar objectivos individuais. As medidas tomadas vieram pôr a nu a inexequibilidade do modelo e desmentir os governantes.

Mito 4 - Os professores têm que organizar um portefólio exaustivo e complexo.
SIM e NÃO, antes pelo contrário. Sim, o professor reúne elementos decorrentes do exercício da sua profissão (vide mito 1). A exaustão e complexidade do portefólio dependem do brio do docente. Ao contrário do que afirma o Governo, os professores nunca tiveram de organizar qualquer portefólio de avaliação no passado. Apenas apresentavam um relatório crítico de auto-avaliação.

Mito 5 - As escolas têm que registar o desempenho dos avaliados em instrumentos complexos.
SIM, complexos, impressionantes, incríveis, monstruosos
, conforme pudemos ver nos blogues, perfeitamente alinhados com as inenarráveis fichas aprovadas pelo SE da Educação que, em favor da verdade, não lembram o diabo. Com pena nossa, o Ministério da Edcuação NÃO tem competências técnicas nem recursos humanos capazes de esclarecer seja o que for.

Mito 6 - Os professores avaliam-se uns aos outros.
MAIS ou MENOS. Acontece até de os menos competentes avaliarem os mais competentes, de professores de desenho avaliarem professores de educação física e outras coisas ruins que impressionam quem para elas olha.

Mito 7 - Os professores titulares não são competentes para avaliar.
NEM TODOS. Dos 35 000 professores que o Ministério escolheu administrativamente para exercerem funções de professor titular, muitos são incompetentes e, reconhecidamente junto da comunidade, professores menos capazes que os avaliados.

Mito 8 - Avaliados e avaliadores competem pelas mesmas quotas.
NÃO se sabe ainda muito bem.

Mito 9 - A estruturação na carreira impede os professores de progredir.
SIM, obviamente. Dois terços dos professores estão objectivamente impedidos de progredir aos escalões mais elevados da carreira.

Mito 10 - A avaliação de desempenho é injusta e prejudica os professores.
CLARO que SIM. Este modelo prejudica os professores porque não é rigoroso, não é objectivo, nem trata todos com equidade. Injusto e absurdo porque estando a administração pública infectada com o vírus partidário, óbvio se torna que as quotas de MB e Excelente estarão preenchidas, seguramente, antes de se iniciar o processo de avaliação.
Para mais informações, consultar os blogues que tratam assuntos relativos à Avaliação do Desempenho Docente.

Reitor

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Um postezito acima da média

Trata-se, neste momento, de um mero desforço pessoal, usando para isso o aparato do Estado. José Sócrates gosta de banqueiros, de empresários, do homo tecnologicus,
mas arrepanha-se-lhe tudo se lhe falarem de um professor, daqueles normais, pessoa com qualificação superior que dedicou a sua vida profissional a transmitir conhecimentos aos mais jovens, de formas mais ou menos convencionais, que tem brio no seu trabalho, que quer que os seus alunos se esforcem, que gosta de ver esse trabalho retribuído com os resultados desses mesmos alunos, mas sem truques estatísticos, que não recebe trabalhos por fax tecnológico em papel timbrado. Um modelo de professor que parecerá anacrónico. Detestável mesmo. Que urge extinguir. Castigar. eliminar.

Excelente análise. De facto Sócrates gostaria de "desenhar" a sociedade segundo a sua visão social: todos terão sempre uma nova oportunidade. E serão felizes...
Nesta ingenharia social, a tradição, o conhecimento acumulado, o saber, o estudo, as convenções sociais e as leis são empecilhos à política das novas oportunidades, perfeitamente removíveis por uma maioria absoluta .

"O mundo de cada um é os olhos que tem"

Reitor

Se fosse vosso filho...

Um menino da Escola Básica do 1.º Ciclo do Bom Sucesso, no Porto, está sem aulas de terapia da fala desde o início do ano lectivo. A mãe pede soluções à escola e à DREN, que diz que o caso, comparado com outros, não é prioritário.
Uma criança de dez anos, portadora de uma síndroma genética com grave atraso do desenvolvimento psicomotor, frequentava desde 2006, na Escola Básica do 1.º Ciclo do Bom Sucesso, no Porto, aulas de terapia da fala e de ensino especial

Contactada pelo JN, a coordenadora do Ensino Especial da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), Conceição Menino, afirma ter conhecimento do caso. "Temos duas unidades que dão apoio ao ensino especial e terapia da fala: a de apoio à
multideficiência e a de autismo. O que se passa é que quando este aluno foi integrado na nossa Unidade de Apoio ao Autismo, naquela escola, havia disponibilidade de terapeutas e, por isso, foi possível incluí-lo a título excepcional", explicou a responsável.
"Este ano tivemos nessa unidade, que abrange outras escolas, mais alunos a precisaram de mais horas semanais. Como o aluno não é autista, não possui multideficiência nem surdez, não foi possível incluí-lo, porque a terapeuta já tem todo o horário preenchido", acrescentou.

Para ser incluído na escola pública socialista que é, por definição, inclusiva, e ter acesso a um técnico de terapia da fala, a criança para além do grave atraso de desenvolvimento psicomotor teria de ser autista, surda e não sei que mais.

Como, felizmente, não tem tantas "deficiências", perdão, tantas necessidades educativas fica à espera de uma terapeuta que não tenha "todo o horário preenchido". Estupidez.
Espero que a criança venha a ter um desenvolvimento cognitivo normal e, queira Deus, possam medrar mais alguns neurónios do que aqueles que viajam, despreocupadamente, pelo espaço cérebral que Conceição Menino ostenta entre as orelhas. Não será difícil, por certo.
Reitor

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Força Professores

Ministério da Educação antecipa reunião com os sindicatos para amanhã

Está-se mesmo a ver porquê: as escolas estão na corda bamba, vai não vai, espera reunião não espera. Ora, porque não há qualquer intenção de acolher as ideias sindicais, quanto mais cedo o ME puder dizer ao país que as propostas sindicais são inaceitáveis e que não há entendimento possível, mais depressas se poderão dar instruções às escolas para avançar. De preferência antes da suspensão das aulas no Natal.
Dito de forma mais chã: como não há intenção de aceitar seja o que seja dos sindicatos, quanto mais depressa se realizar a reunião e se puder dizer isso mesmo ao país - que é onde se joga este jogo - melhor.
A Luta Continua! E vai ser dura, muito dura. E temo que cesse apenas quando houver sangue.

"Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite." (Provérbios 12:22)

Reitor

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Bardamerda, sr. Lello

Sexta-feira, 5 de Dezembro, RTPN, debate sobre política geral com a presença num painel constituído pelos partidos com representação parlamentar do dirigente socialista José Lello.
O tema principal era a Avaliação de Desempenho dos Professores.
José Lello, às tantas, não se conteve e não conseguindo expurgar o fel que lhe roía os fígados, refere-se, por várias vezes, aos professores com expressões como “Esta gente…”, “É a esta gente que faz greves e sai para a rua a quem os portugueses confiam os seus filhos…”. O tom de voz, colérico, não escondia o desprezo, ao jeito do seu colega que quando em situação informal se refere aos professores como “professorzecos”, e lamentava que ainda haja “gente dessa” que não saiba apreciar as qualidades e virtudes do governo e ouse, e se atreva, a não seguir “carneiristicamente” os ditames e os preclaros esclarecimentos que vêm das cúpulas partidárias e governamentais.
Esteve bem Rui Sá quando lhe retorquiu ficar admirado perante alguém que tendo-se batido pela democracia pretendesse agora passar a mensagem de pôr em causa o direito de todo um grupo profissional em fazer greve, em se manifestar, em se bater através de formas legítimas por aquilo que acredita ser uma causa justa. Mais acrescentou que ele, Rui Sá, não se importa de confiar os seus filhos a estes mesmos professores que fazem greve porque aprenderão, certamente, a ser cidadãos activos e críticos de pleno direito.
Deu Rui Sá uma bofetada de luva branca em José Lello.
Eu, pela parte que me toca, senti-me insultado, aviltado, pela arrogância e pela malevolência do José Lello.
Quem julga José Lello que é?
Como não sou diplomata como Rui Sá, como não me sinto obrigado a ser educado para quem gratuita e altivamente me insulta, como não gosto de hipocrisias, digo o que me vai na alma:
Bardamerda, Sr. Lello.

Director-geral

Porque um blogue também é dos que o lêem

Uma ideia interessante de A. Ventura

Colega,
Nos finais de Novembro enviei para vários blogues uma sugestão referente a novas formas de luta. É que uma grande parte dos professores está cansada de manifestações (porque cansam, de facto) e de greves (não se podem ignorar os encargos financeiros, pois são determinantes para uma maior ou menor adesão).Entretanto, as greves regionais foram canceladas, e bem, julgo eu. E agora... que vamos fazer? Pergunta o MEP e perguntam muitos professores. Julgo que a nossa luta não pode ter intervalos muito longos. Esperar pelo dia 19 de Janeiro é completamente errado. A nossa luta deve ser permanente, pois não devemos dar tempo ao inimigo de se reorganizar.Para além das muitas sugestões referidas nos blogues (resistência dentro das escolas, não entrega dos objectivos, etc., etc.), a nossa luta deve, também, ser visível.Por isso proponho, humildemente, GREVE, 1 HORA POR DIA (entre as 08H 30M e as 09H e 30M, por exemplo) por tempo indeterminado. É que a greve de um dia custa mais do que uma semana de greve, uma hora por dia! E os efeitos desta fazem-se sentir muito mais! Ou não estarei certo?Às quartas-feiras, por exemplo, não tenho aulas da parte de tarde (tenho, apenas, trabalho de estabelecimento), como muitos professores. E o que é que se ganhou ao perdermos o vencimento referente a uma tarde de greve em que não tinha aulas? Não teria sido melhor usá-lo em meio-dia de greve, no dia seguinte?
Porque será que os sindicatos dos trabalhadores
dos transportes públicos, com muita mais experiência neste tipo de lutas do que os dos professores, adoptam esta estratégia? Fazem greve nas horas de ponta, apenas!
Colega,
Se entender que a minha sugestão tem algum sentido ou interesse "bloguístico", gostaria que a submetesse (através do seu blogue) à consideração dos professores. Sob anonimato, de preferência, como se fosse simplesmente um professor, sem qualquer título e sem nome, um professor humilhado. Apenas.
Muito obrigado.
A. Ventura

Reitor

domingo, 7 de dezembro de 2008

Começou hoje, oficialmente, a caça ao voto


O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu hoje em Braga «o reforço do investimento público» em 2009, salientando «que este é o momento em que o país precisa do Estado»

É aproveitar agora. Não ouvi ninguém a pedir mais "Estado", mas o Primeiro Ministro, com o seu ouvido sensível, ouviu os avisos que os camaradas socialistas lhe foram transmitindo nos últimos dias: Precisámos de "mais Estado"; é preciso "mais esquerda", disse-lhe Alegre.

O Estado vai abrir os bolsos e vai gastar à tripa-forra o que poupou ao longo de quase 4 anos no adiamento das reformas, no congelamento das carreiras, nos aumentos salariais abaixo da inflação...
O bodo começou com a oferta de computadores aos "pobres", autênticas migalhas se compararmos com o que aí vem. Estradas, pontes, "projectos", "eixos", "planos" e toda a conversa que só os socialistas sabem inventar para gastar o que o fisco furta aos portugueses que trabalham, essa quase minoria de idiotas que vivem sem o rendimento mínimo.

Vem aí o chuchalismo.
Reitor

Cortar Com Bisturi

Enquanto conselheiro de Estado, não tenho opinião. Não quero responder. Como cidadão... Eu gostaria que a consciência de Dias Loureiro o esclarecesse, que lhe dissesse o que é que devia fazer. Acho que na vida pública, ainda antes de falar de questões de ética, gosto de pensar em termos de decência. Mas ao mesmo tempo respeito, porque acho que é um valor transcendente, a consciência moral de cada um.

A ler a saborosa entrevista de João Lobo Antunes ao DN.

Reitor

Como vê, Ramiro, os 34 anos de democracia não foram suficientes para educar todo o povo

O professor Ramiro Marques do ProfAvaliação (um dos melhores blogues do país sobre temáticas educativas) escreveu um post sobre a posição dos Presidentes dos Conselhos Executivos com assento no Conselho das Escolas. Veja aqui. Também já tinha escrito sobre essa matéria aqui.

A história é muito simples e pode ser contada da seguinte forma:

1 - A maioria dos membros do Conselho das Escolas decidiu propôr à Ministra da Educação a suspensão do modelo de avaliação.

2 - Alguns dos elementos que votaram contra esta decisão resolveram declarar as suas razões em acta. Ou seja, alguns dos elementos que votaram contra a suspensão quiseram que se soubesse que tinham votado contra e quais as razões porque o fizeram.

3 - O presidente do órgão resolveu entregar à Ministra da Educação essa decisão.

4 - Decidiu escrever um ofício, ou lá o que é, no qual, bem embrulhada e escondida, colocou a decisão do Conselho, o nome dos proponentes e o nome dos que, votando contra a mesma, apresentaram declaração de voto. E foi isto que se passou. E não haveria mais história para contar.

Eis senão quando, mal se tornaram públicos os nomes de alguns dos Presidentes dos Conselhos Executivos que votaram contra a suspensão, choveram algumas vozes verberando essa publicitação. Que era "inqualificável"; que tinha aberto "a caça"; "inquisição"; "bufaria", etc. Uma tal de Isabel até ficou envergonhada! Não sei se por levantar a saia mas, enfim, corou.
Ontem, por interposta pessoa, o professor deu uma liçãozinha sobre regras de cidadania, publicando um acertado texto de Cristina Ribas (que desconheço) sobre o mesmo assunto, do qual retiro duas coisas óbvias para aqueles que receberam alguma educação e menos óbvias para aqueles que têm o cérebro boto:

"Todos nós temos direito a ter opiniões diferentes sobre as coisas e sobre as situações mas também temos o direito de sermos honestos uns com os outros. Que haja clareza! Que haja verdade! Esse é um dos princípios fundamentais de cidadania".

"Além disso, um outro aspecto, uma declaração de voto é uma tomada pública de decisão. Quando estamos a fazer uma declaração de voto estamos a dizer publicamente que nos demarcamos de uma determinada situação, até porque se houver consequências legais de uma determinada deliberação, não somos abrangidos por ela, é uma declaração pública. É como dizer "Eu não tenho nada a ver com isso".

As regras de cidadania que este episódio (não confundir com os episódios da novela desgraçada do Director-geral) nos recorda são as seguintes:
- Todos têm o direito a pensar pela sua cabeça e a caminhar pelos seus pés.
- Todos têm o dever de ser honestos consigo e com os outros.
- Uma declaração de voto é, por definição, uma declaração pública.
- Os que declararam o voto quiseram que o público (aqueles que não estavam presentes na reunião) soubesse o sentido do seu voto e as razões porque votaram dessa forma e não de outra.
- As escolas têm o direito de saber as posições que tomam aqueles que elegeram para as dirigir
- Nenhum membro de um órgão multipessoal pode querer esconder as suas responsabilidades atrás de uma votação "colectiva". Não há nada que não se saiba.
- A publicitação da acta do Conselho das Escolas por vários blogues favoreceu os que votaram contra a suspensão do processo de avaliação e que declararam o voto pois, os PCE de todas as escolas do país ficaram a saber como pensam aqueles 10 representantes seus.
- Os PCE que declararam o voto foram ainda beneficiados pela divulgação do documento pois chegou ao conhecimento público aquilo - a forma como votaram o assunto - que lhes interessava fosse público.

Claro que, para alguns portugueses, estas regras não entram à primeira e precisarão de umas aulitas de recuperação; outros há que as percebem muito bem mas disfarçam...

"Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis". Maquiavel


Não cobro nada por esta lição. No entanto, a matéria da próxima aula já fica dada.
Reitor

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ali Nasceu Portugal

É este o caminho. Continuar a recusar este modelo de avaliação, façam eles as simplificações que fizerem. E, a cada simplificação, uma moção aprovada e enviada a todas as entidades oficiais dizendo que "a coisa" ficou ligeiramente pior.
Força Professores.
Documento Sobre Av Desemp Dez 08[1]

Reitor