segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sítio do Pica-Pau Amarelo

Mãos amigas fizeram-me chegar esta pérola:



O Conselho das Escolas - de quem não se ouve falar há muito - esteve reunido ao mais alto nível em 9 de Setembro p.p. Esteve presente o Ingº Sócrates, a Ministra MLR e o SE da Educação
Pelo que se vê por este, este... hum, resumo da reunião foi uma sessão de propaganda prévia à abertura do ano escolar.
Os ilustres Conselheiros - deve ser assim que se tratam - não piaram nem miaram. Nem mesmo quando a "Srª Ministra solicitou a opinião dos presentes sobre os seguintes pontos".
Não se vê no resumo da acta nenhuma intervenção, nenhum ai.
Limitaram-se a ouvir os "conselhos" de quem sabe.
Qual é o papel dos ilustres Conselheiros?
Dar conselhos parece que não! Talvez receber e difundir propaganda?
Reitor

Sucesso Educativo à Força

Paulo Guinote brinda-nos, no Umbigo, mais uma vez, com um fino texto em que põe a nu a ideologia do "sucesso educativo à força", ainda recentemente defendida pela Ministra da Educação.

Reparemos como a lógica explícita desta perspectiva é a de que, se obriga os alunos a irem à escola, o Estado deve garantir-lhes o sucesso...
O que falha aqui, de forma inapelável e que a história dos últimos 20 anos de progressão lenta dos ganhos demonstra à saciedade, é que isentando os beneficiários desse sucesso do ónus da prova, os mesmos muitas vezes optam por se acomodar ao situação de mínimo esforço. Porque se o Estado obriga, também fornece um serviço - universal e gratuito - que deve ser prezado e aproveitado. Porque não se percebe como, ainda hoje, se tentam culpar os professores pelos custos do insucesso, inocentando todos os outros envolvidos no problema.
Só que a principal lição a retirar do PIPSE e do PEPT cavaquistas, assim como da corrente da Pedagogia do Sucesso que atravessou os anos 90 e desagua entre nós sempre, deveria ser a de que se optamos por centrar o sistema educativo e a pedagogia nos alunos e nos seus interesses - e nem vou por aqui contestar isso - não se compreende que depois não se centre igualmente neles a necessidade de demonstrarem o seu mérito e merecimento quanto ao alcançar desse sucesso.
Porque, e isto para mim é básico, uma coisa é criar os alicerces de uma igualdade de oportunidades, outra é querer impor uma igualdade de resultados.

Eu acredito que o sucesso escolar depende, em primeira medida, antes de mais e antes de tudo, dos alunos. E o insucesso também.
No entanto, o Estado português, não os professores, tem uma quota parte de responsabilidade no insucesso escolar. E dessa quota parte da responsabilidade do Estado podemos isentar os alunos.
O Estado português oprime as famílias portugueses, obrigando-as a matricular os filhos nas escolas que não querem. É à "ditadura do número da porta", de que nos fala o Prof. Pedro Picoito, que podemos imputar responsabilidades por parte do insucesso escolar dos alunos.
Enquanto não for possível aos pais escolherem livremente a escola para os seus filhos, a escola pública para já, teremos de isentar os alunos de parte do ónus da prova do insucesso escolar. E transferi-la para o Estado.
Reitor

sábado, 27 de setembro de 2008

Anda Coisa No Ar...


Voz amiga confidenciou-me que os novos subsídios concedidos pelo Estado no âmbito da Acção Social Escolar são um escândalo.

Ele são profissionais liberais, cabeleireiras, comerciantes, pescadores, armadores, trolhas, pedreiros, até advogados... a receberem apoios sócio-económicos do Estado e PCs gratuitos. Com as novas regras, dizem-me, cerca de metade dos alunos estão a beneficiar da Acção Social Escolar. Uma autêntica chuchadeira.

A escola vê os pais passearem-se de carros de marca e dão subsídios aos filhos...

É uma espécie de rendimento social da pequenada. Para os ir habituando à mama, digo, ao seio materno...

E estão a aparecer nas escolas, todos os dias, alunos com situações sócio-económicas que os colocam no limiar da pobreza. Quase na indigência. Famílias inteiras! Com boas fardas, bons telemóveis e bons carros? Hum!

Anda coisa no ar...

Reitor

Plano Tecnológico da Educação - 9

Há dois dias que os pais de 70 alunos boicotam as aulas na Escola do 1º Ciclo da Pedrulha, em Coimbra. E prometem continuar o protesto, até que a Direcção Regional de Educação do Centro coloque outra auxiliar de acção educativa na escola

Reitor

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"Condenar todos os alunos à mediocridade..."

Num belíssimo texto (PÚBLICO de ontem) em defesa das liberdades individuais, o professor Pedro Picoito, põe o dedo em várias feridas do nosso Estado.

O Estado de Direito Democrático construído após o 25 de Abril de 1974, ainda não foi capaz de oferecer aos portugueses uma escola de qualidade.
Nem de "conciliar a igualdade de oportunidades com a procura da excelência".

"O Ministério da Educação esquece que este admirável mundo novo da igualdade acaba também com o incentivo à excelência. Para quê estudar se Maria de Lurdes Rodrigues dará a todos os alunos, no fim do ano, outro milagre das rosas"?

Mas será isso verdadeiramente democrático? Condenar todos os alunos à mediocridade, mesmo aqueles que pelo seu esforço chegariam mais longe, é o melhor que a democracia portuguesa tem para lhes oferecer?

Estas perguntas encerram em si mesmo as respostas! E atingem na muge, não só as erradas políticas educativas dos últimos anos mas atingem, sobretudo, os alicerces ideológicos que sustentaram os nossos políticos nos últimos 30 anos. Aqueles que nos têm governado têm desvalorizado a escola pública, cuja imagem está hoje de rastos perante o cidadão comum; têm desvalorizado o esforço, o trabalho e a disciplina na formação dos indivíduos; têm convidado os jovens ao esquema, à preguiça, à cunha e ao subsídio eterno.
E são sempre os mais débeis e os mais pobres a pagar a factura da mediocridade, da falta de horizontes, da falta de emprego, da falta de perspectivas...
Só o regresso a uma política de exigência que valorize uma escola onde todos são diferentes. Só uma educação que exiga aos alunos esforço e disciplina, que valorize o mérito, que favoreça e encorage atitudes de respeito pelo conhecimento, de autonomia, de responsabilidade pelas escolhas e de respeito pelas diferenças pode salvar a escola pública portuguesa.
E torná-la mais democrática! E mais justa! E formadora de Homens e Mulheres livres.

"Nisso, como em tantos outros aspectos, o Portugal de hoje prolonga o antigo regime. A não-inscrição não data de agora, é um velho hábito que vem sobretudo da recusa imposta ao indivíduo de se inscrever. Porque inscrever implica acção, afirmação, decisão com as quais o indivíduo conquista autonomia e sentido para a sua existência. Foi o salazarismo que nos ensinou a irresponsabilidade – reduzindo-nos a crianças, crianças grandes, adultos infantilizados" José Gil

Reitor

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Perguntem ao Pina

António Pina confessou que as maiores dificuldades sentidas foram na "gestão do tempo", tendo contabilizado a necessidade de 12 horas/ano para avaliação de cada um dos cerca de 150 professores do seu agrupamento

Ora bem, não sei como o professor Pina foi buscar este valor de 12horas para avaliar cada professor. Partilho a opinião do Paulo de que o cálculo peca por defeito. Mas, se for este o número de horas necessário para avaliar um professor e se a escola tiver 130 como disse o Ramiro, serão necessárias 1560 horas.
E, enquanto uns olham para as horas e outros para os trovões que ribombam nos céus, convém não esquecer que horas são euros e trovoada pode dar choque...
Vamos ver então os "estragos":
12 horas por professor
130 professores da escola
Horas totais = 1560
Vencimento mensal de professor titular (média)=2.600 euros
Vencimento hora (2600/140h)=19 euros
1560 h x €19 = 29.640 euros

Portantos, a estes preços, a escola vai gastar 29.640 euros / ano na avaliação dos seus 130 professores.
Eram estes números que gostaria de ver discutidos e avaliados...
É que pode ser um custo elevado ou insignificante, conforme os resultados do processo.
Falta saber que ganhos (em euros ou em resultados escolares equivalentes a euros) resultam para a escola no final de cada processo de avaliação.
Por aqui dizem-me: népia, nada.
A qualidade do ensino não vai melhorar, a indisciplina vai piorar e os resultados escolares vão ser falseados porque nenhum professor vai querer sair chamuscado notas que dá.
Reitor

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Propaganda Chuchalista Paga Por Todos Nós

Vejam como é possível um organismo público desperdiçar tantos recursos com propaganda política: Plano Tecnológico da Educação (a actriz tem uma vozinha que nos leva ao céu e aquelas golas da camisa... Ah! aquelas golas cor-de-rosa, ficam-lhe a matar)

Vejam como é possível a esquerda "democrática", "solidária" e "preocupada" com as pessoas utilizar despudoradamente recursos públicos e a imagem dos cidadãos mais jovens para levar a água ao seu moinho.

Reitor

Afinal, o segredo não está na terra

Escrevi aqui um post sobre o segredo do sucesso.
Hoje ficamos a saber que nem só a terra é prodigiosa:

Ministério investiga subida suspeita de notas de acesso à universidade O PÚBLICO teve acesso a vários certificados de equivalência ao 12.º ano, assinados pelo coordenador do Gabinete de Assuntos Jurídicos e de Concessão de Equivalências da DGIDC, Pedro Martins. Nalguns casos, verifica-se que, no lapso de dias, um mesmo aluno conseguiu ver a sua média final subir dois valores

Há homens prodigiosos. Este tem nome.

Reitor

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Totalitarismo Educativo

Numa curta (e infeliz) intervenção pública, ontem na TSF, Maria de Lurdes Rodrigues sintetizou o seu pensamento (e o pensamento socialista) sobre a educação em Portugal.
O tema eram as explicações e as avultadas verbas que, segundo um estudo da UA, as famílias portuguesas gastam por mês em explicadores.
O estudo vale o que vale. Deixemo-lo em paz.

Disse a Ministra:


Ora, todos sabemos que os países do 3º mundo andam às voltas com as profundas desigualdades sociais, com a fome, com a criminalidade e com a falta democracia e de liberdade. Não consta que se preocupem com as explicações?!

A Ministra sabe bem que, nos países de 3º mundo, as famílias preocupam-se com a sopa e não com a escola. E nem a propaganda tecnológica com que os líderes bombardeiam os seus povos pode esconder estas realidades.

Mas não bastava a falta de rigor científico...

Sempre a descer, MLR, censurou os portugueses que procuram explicações, criticou a escola privada como se fosse ministra da Escola Pública e não Ministra da Educação e aproveitou para elogiar o Governo:

«Há uma escola pública de manhã e uma privada à tarde, quando os alunos têm explicações e isso não é aceitável», garante Maria de Lurdes Rodrigues que frisou as medidas tomadas por este Governo para que a aprendizagem dos alunos seja feita na escola"

A necessidade do auto-elogio foi tal que a fez tropeçar na propaganda, desdizendo-se e desmentindo o 1º Ministro: quando lhe convém, elogia (-se) o Governo por ter acabado com a escola a meio tempo. Com a escola só de manhã. Agora vem dizer que os alunos têm escola só de manhã e explicações à tarde. Mas, este Governo não tinha acabado com a escola a meio tempo? Será que os alunos faltam às actividades para ir às explicações?

E, já no fundo, remata com uma tirada de demagógico e cínico totalitarismo, típico daqueles que tomam o Estado por pai e o Governo por tutor:

«Entendo que o país não se pode conformar com a dependência que as famílias têm o mercado de explicações para o êxito escolar», afirmou, acrescentando que «o estudo acompanhado, as aulas de recuperação e de substituição» devem permitir que os jovens façam a sua aprendizagem dentro da escola"

Sra. Ministra, que interessa ao país o recurso das famílias aos explicadores? Que tem o país ou o governo a ver com isso? Em Portugal, no século XXI, as famílias NÃO são livres de escolher a escola dos filhos. Mas são livres de escolher os explicadores!" Ou também não?

Só por afastamento da realidade, por cegueira educativa e propaganda política se pode afirmar que o "Estudo Acompanhado" e as "aulas de substituição" permitem que os jovens aprendam!

Só num país de 3º mundo, bastante atrasado, é que os cidadãos permitem que os seus governantes se arroguem do direito de os censurar por fazerem as suas opções na educação dos filhos!

Só um povo a quem ainda não deixaram atingir a maioridade pode permitir que os seus governantes se atrevam a dizer-lhes como hão-se educar os filhos.

Mas o nosso país há-de emancipar-se.

Talvez os nossos netos sejam capazes de escolher governantes que não se intrometam nas suas vidas e que não tentem passar por ser aquilo que não são...

Reitor

domingo, 21 de setembro de 2008

Plano Tecnológico da Educação - 8

Levar papel higiénico para a escola
2008-09-18
Maria Santos

É como cidadã que vos escrevo, porque o assunto que vos tragoã não é algo que me afecte, agora, directamente.
Há dias ouvi, num estabelecimento comercial, uma mãe a lamentar o facto de a filha ter que levar, no início do ano lectivo, uma resma de papel de fotocópia para a escola do 1º ciclo. Teria ainda que entregar 20,00? para suportar despesas de material, nomeadamente, para trabalhos que execute para dias comemorativos: pai, mãe?.
A aluna está abrangida pelo escalão máximo de subsídio e a mãe chegou mesmo a questionar a escola se também a filha teria que entregar e pagar o que lhe estavam a pedir. Há cinco anos, quando o meu filho entrou para o 1ºano, tive a infeliz ideia de o tirar de um colégio particular para que ele iniciasse a escolaridade no ensino público. Também na escola onde ingressou (saiu ao fim de 15 dias, para regressar ao colégio), pediram-me 25,00€ para gastos que a escola teria com o meu filho ao longo do ano lectivo, fotocópias e manutenção do fotocopiador.
O estado de especulação que se vive no mundo começa muito cedo para o cidadão… aos 6 anos! A escola cobra antecipadamente o que ainda não gastou, nem sabe quando irá gastar. O meu filho veio embora sem que me tenha sido reembolsado qualquer montante. Quem cobra tem legitimidade para o fazer? Quem beneficia com o que sobra no fim do ano lectivo?
Há cinco anos paguei. A prática mantém-se e as escolas em questão são distintas. O governo dá e a escola tira. Serão estas práticas do conhecimento dos nossos governantes? Mais ridículo: o meu filho e todos os outros, tiveram que levar, cada um deles, dois rolos de papel higiénico!

Plano Tecnológico da Educação - 7

Centenas de crianças sem leite escolar em Coimbra e infantário sem refeições


O Plano Tecnológico da Educação vai apetrechar as escolas com internet à velocidade da luz. Ou quase. E o leite para as crianças? E as refeições? Vêm a seguir...
Reitor

sábado, 20 de setembro de 2008

Em Fafe Ninguém Fanfa

No JN de 5ª feira foi publicada uma preocupante notícia que fez soar as campainhas, desde aqui até aqui.
Por sinal uma aluna disléxica, por mero acaso filha de uma professora, recorreu das classificações sofríveis que obteve nos exames de Biologia e Geologia e Físico-Química e arrancou dois dezanoves, os quais lhe permitirão, certamente, entrar em Medicina.

"Na prova de Física e Química passou de 9,8 para 18,9 enquanto na prova de Biologia e Geologia a nota de 11,6 transformou-se em 19"

Há por aí muitos profissionais da educação que se perguntam a si próprios: como é possível uma diferença nos critérios de avaliação das provas de exame de que resultam discrepâncias de 9 valores entre a correcção e o recurso?
Este fenómeno até poderia ser explicado da mesma forma que foram explicadas as subidas astronómicas das taxas de sucesso nas provas de Matemática e de Aferição: as melhorias verificadas deveram-se ao trabalho dos professores e das escolas. E nós acreditaríamos facilmente...

No entanto, problema é outro e a explicação oficial terá de ser também outra.
Pelo que se diz no jornal, há 3 anos o irmão desta aluna também recorreu das classificações sofríveis que obteve nos exames. E as classificações subiram tanto que, hélas, o menino entrou em Medicina.
Obviamente, como os professores e as escolas não se esforçavam nem trabalhavam tanto há três anos atrás como o fazem hoje, o mano não poderia ter tirado tão boas notas.
A explicação é outra e, como as grandes coisas, muito simples e até corriqueira: As notas dos exames sobem quase para o dobro após os recursos porque Fafe é uma terra prodigiosa.
Só pode ser esta a explicação.
O segredo está na terra. Vamos plantar uns nabos.
Reitor

Plano Tecnológico da Educação - 6

Pais e encarregados de educação dos alunos da escola EB1 de Pinhal, em Labruge, Vila do Conde, encerraram hoje de manhã os portões do estabelecimento de ensino a cadeado em protesto contra a falta de auxiliares educativos.

Vila do Conde foi um dos concelhos que assinou, esta semana, o protocolo de transferência de competências do ME para a Câmara. Não deve ser relevante, mas VC é presidida por um dos mais antigos presidentes de câmara (socialista, pois claro) do país. Ainda a tinta não tinha secado e já se fechava a cadeado uma escola no concelho de Vila do Conde.
Com os novos PCs Magalhães, os cartões magnéticos e as câmaras de filmar, as escolas não precisarão de pessoal auxiliar...
É oPlano Tecnológico da Educação estúpido!
Reitor

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Informações Úteis - Passos para pôr o seu filho a estudar fora de Portugal

A partir dos três anos de idade, os pais já podem matricular os filhos em colégios internacionais. Se quiser que eles comecem a aprender uma segunda língua têm várias opções como o St Julian´s School ou a escola alemã de Lisboa. A maioria dos estudantes fica matriculado até aos 18 anos e, graças à qualidade do ensino, tem grandes hipóteses de vir a entrar numa universidade de prestígio. Mas quem tiver feito o secundário numa escola do Estado também pode sonhar com uma carreira lá fora. Existem vários programas para passar um ano num país estrangeiro e melhorar a fluência de línguas, como o inglês, francês, alemão ou espanhol.

Num interessante artigo, António Sarmento e Sandra Almeida Simões deixam umas dicas muito úteis para as famílias que pretendam educar os filhos segundo os padrões europeus...
Os preços são elevados mas, no respeito pela Constituição da Républica Portuguesa, nomeadamente pelo que dispõe o artigo 74.º, nº 1 - "Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar"- é espectável o Governo apoie estas famílias suportando, no mínimo, aquilo que suportaria se os jovens estudassem numa escola portuguesa de mediana qualidade.
Ou não será assim?
Reitor

É tudo uma questão de peso. Ou de falta dele...


Joaquim Filho considera o currículo do 3º ciclo "demasiado pesado" e defende a sua reestruturação. Os alunos transitam do 6º ano (2º ciclo) e ficam "com 13 a 15 disciplinas". E, nesse sentido, cinco negativas "não é excessivo", considera. Ainda por cima, insiste, a "experiência de anos recentes revela que alunos, que por vezes, transitam nessas condições, no 8º ano, mais velhos um ano, com programas de acompanhamento ou tutorias, deixam de ter problemas na transição".


O Director da Escola EB23 de Manhente disse que cinco negativas em 13 a 15 disciplinas não é excessivo. Na linha do Governo que também não considerou excessivas as melhorias de 50% nas classificações em exames nacionais em provas de aferição, verificadas este ano, o preclaro Director também acha que não é excessivo o aluno reprovar em 1/3 ou mais das disciplinas e quase-disciplinas que frequenta!

E, tolerante e compassivo como convém a um bom pedagogo, avisou os alunos logo no primeiro dia de aulas dos critérios de avaliação: nenhum reprova de tiver menos de 5 negativas. excepto se duas forem o Português e a Matemática!

O que nos leva a uma das seguintes conclusões:
1 - Ou falta massa
2 - Ou há excesso de vácuo

Reitor

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Plano Tecnológico da Educação - 5

"A mesma mãe referiu à Lusa que no início de cada ano lectivo, os encarregados de educação têm pago 20 euros para despesas papel higiénico e fotocópias. "Não nos dão recibo e dizem que é um donativo dos pais para a escola", referiu Lurdes Teixeira, apontando ainda as más condições do chão do recreio e o facto do refeitório funcionar num palco".

"No Alentejo, pais de alunos de uma escola básica de Beja fecharam hoje o estabelecimento de ensino a cadeado, durante algumas horas, em protesto contra a falta de funcionários, acabando o protesto por ser suspenso depois de garantias da resolução do problema".

Onde pára o paradigmático Pai da Nação?
Reitor

Num país a sério, esta notícia deveria dar origem a processo de averiguações

Muitos professores contratados renovaram o contrato sem conhecerem a avaliação do ano anterior. Apesar de o Governo ter justificado a urgência do novo regime de avaliação de desempenho com a necessidade de sete mil professores contratados voltarem a concorrer, a classificação não condicionou a candidatura. Ou se o fez, alguns não sabem como. Isto porque a regulamentação das quotas atribuíveis aos níveis de Excelente e Muito Bom só foi publicada no fim de Julho e algumas escolas ficaram à espera desta legislação. Outras optaram por não preencher as quotas e dar Bom a todos.


E a avaliação feita no final do ano lectivo, "não serviu para condicionar o progresso dos contratados nem permitiu distinguir os melhores".

E o Secretário de Estado, Jorge "Sinistro" Pedreira, homem crédulo, crê que os professores foram avaliados!
O que é parcialmente confirmado por um dos seus acólitos:

Álvaro Almeida Santos, presidente do Conselho de Escolas, diz que ninguém ficou por avaliar e está confiante que as escolas se esforçaram ao máximo para gerir o processo de forma justa e equilibrada. Mas reconhece que, no geral, este ano não estiveram reunidas as condições ideais para uma avaliação justa e que, "não foi possível distinguir os melhores" Por exemplo, diz, as notas de Excelente e Muito Bom só podem ser atribuídas após validação de uma comissão e houve escolas que as atribuíram antes de tempo

O SEE crê!
As classificações não serviram para nada!
Este ano não foi possível uma avaliação justa!
Houve escolas que atribuiram indevidamente classificações de Muito Bom e Excelente!
Houve escolas que, por questões burocráticas, não atribuiram nehnuma destas classificações atribuindo apenas Bom!

Mas, afinal, que está a fazer a IGE?
Reitor

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Afinal, é preciso trabalho. Muito trabalho

Para o pró-reitor, José Sarsfield Cabral, estes números 'não surgem por acaso'. 'São consequência de um trabalho de fundo da maior universidade do País, que se tem distinguido na investigação e na aproximação ao mundo do trabalho', disse ao CM, sublinhando: 'Isto não é uma competição, mas os alunos são um bem importante e é bom que os melhores prefiram a Universidade do Porto.


"Isto não é uma competição", diz o abispado Pró-Reitor.

E, em teoria, não deveria haver competição entre universidades, nem entre escolas básicas e secundárias.
Competição entre escolas num Estado de matriz socialista? Nem pensar.

No entanto e porque os alunos são um bem importante é bom que os melhores prefiram a Universidade do Porto, diz o Pró-Reitor

No entanto, os alunos, as famílias e os cidadãos em geral, num Estado de Direito Democrático, como dizem que é o nosso e faço por acreditar, deveriam ter o direito de escolher as escolas que melhor servem os seus interesses, digo eu.
Negar aos cidadãos o direito de escolherem o seu caminho, de fazerem as suas opções, de serem juízes do seu próprio destino, mesmo errando, não deveria ser próprio de um Estado que se diz de Direito e Democrático, digo eu?

Se o Estado português se limitasse a fazer aquilo para que é preciso: assegurar a segurança, a justiça, a saúde e a educação a todos os portugueses, todos seríamos mais felizes e mais ricos. Como o Estado perde o seu tempo a criar e gerir empresas; a ser simultaneamente professor e inspector; a ser fornecedor e fiscalizador na prestação dos mais variados serviços públicos, enfim, como o Estado não cumpre verdadeiramente as suas funções, não fiscaliza nem cuida dos mais débeis e dos que mais precisam da ajuda da sociedade, ficamos sempre mal nas comparações com os restantes países europeus, excepto no nº de telemóveis per capita e na velocidade da banda larga...
É pena não haver no país muitos, vá lá, um punhado de pró-reitores, reitores, directores, presidentes e outros responsáveis com o espírito do Pró-Reitor da UP.

Um verdadeiro servidor do Estado.

Reitor

Plano Tecnológico da Educação - 4

Os jornais, as tvs e todos os outros órgãos de comunicação social não se cansam de nos dar as boas-novas do Plano Tecnológico da Educação: são milhões investidos em tecnologia e em novas instalações escolares.
Enquanto o Governo trabalha denodadamente em favor das escolas, das crianças e dos portugueses em geral, outros funcionários públicos sentam-se quietinhos à espra da hora de saída. Ou então, estão entretidos a fazer política partidária em horário de trabalho, não fazendo o que lhes compete

Onde estão os responsáveis pela educação no norte do país, que deixam o Alto Douro e o Interior ao abandono?

"Este campo de jogos e de recreio não se encontra em condições de salvaguardar a integridade física dos alunos, porque o alcatrão tem buracos e muita gravilha que já provocou ferimentos com alguma gravidade a crianças", conta o presidente da associação de pais, José Ferreira. No final do ano lectivo transacto, "um aluno teve mesmo de ser suturado com mais de uma dezena de pontos na zona do joelho", revela".

Fonte do conselho executivo da escola confirma que o assunto já chegou à DREN, mas ainda não houve qualquer avanço. O próprio grupo de professores de Educação Física já fez chegar essa preocupação ao conselho executivo, porque, apesar de existir um pavilhão coberto, o espaço não é suficiente para albergar todas as turmas que têm aulas em simultâneo.


Na ausência de qualquer resposta da DREN, até dia 17 de Outubro, a Assembleia-Geral da Associação de Pais "promete tomar medidas mais drásticas", acrescenta, José Ferreira. A associação elogia o empenho do conselho executivo na insistência do problema junto da DREN, mas as respostas de conclusão da obra têm sido constantemente adiadas. Apesar das diversas tentativas para obter respostas da DREN sobre esta questão, não foi possível em tempo útil obter qualquer esclarecimento. "


Revolta-te Douro! Revolta-te ou continua a chorar...

Reitor

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O que verdadeiramente deve preocupar os portugueses

«O Governo gasta imensa energia e recursos a tratar da comunicação e imagem, mas o objectivo não é informar (...) é enganar-nos ou distrair-nos», numa «estratégia de manter aparências, de esconder os fracassos e de iludir os portugueses sobre a real dimensão dos seus problemas».

Os que «sabem que isto não vai bem», «não podem falar muito alto porque há uma impressionante máquina socialista que controla, que persegue, que corta apoios, que gere favores ou simplesmente que demite», acusou, apontando a «administração pública, a vida económica e o associativismo» como exemplos do «clima anti-democrático»

Apontando um exemplo concreto da «escandalosa operação mediática feita pelo Governo para calar os alarmes», Manuela Ferreira Leite falou de uma operação policial realizada em Loures «destinada a passar em directo na televisão», no terreno
«tristemente emblemático de bairros problemáticos». «Como é possível que o ministro da Administração Interna» sacrifique «a um momento mediático a necessária pacificação e acalmia nas zonas de maior tensão?»

Veja-se também Aqui e Aqui, o soberbo artigo que Pacheco Pereira escreveu no PÚBLICO "O QUE FAZ FALTA: ESCRUTÍNIO, TÓNUS CRÍTICO, CRÍTICA".

E concluiremos, rapidamente, que as nossas preocupações de hoje devem dirigir-se mais para a qualidade da nossa Democracia e para o grau de Liberdade de que usufruímos e não tanto para o estado da Educação.

Portugal vive um momentum histórico de claustrofobia cívica em que a verdade, a honradez e o decoro já nada valem. Ou melhor, valem tanto como o seu oposto.
E qualquer dia levam-nos a liberdade...

Reitor

Socialistas Disfarçados De Anjinhos

Ninguém tem dúvidas que este caso de Paulo Pedroso esteve na origem de várias das alterações das leis penais – sobretudo no Código de Processo Penal. O que até é natural, para mais quando, na comissão parlamentar responsável por essas reformas, os coordenadores do PS foram, sucessivamente, Ana Catarina Mendes e Ricardo Rodrigues

Reitor

sábado, 6 de setembro de 2008

Afinal, para o ME, os meses têm todos 30 dias

No post anterior escrevi sobre o esbulho de que alguns (poucos, pensava eu) professores estavam a ser vítimas. A DGRHE, através de uma "aplicação" - agora é tudo aplicação para trás, aplicação para a frente, como se as ditas tivessem alguma coisa a ver com a incompetência que grassa por esses gabinetes fora - através de uma aplicação, dizia eu, a DGRHE esteve a subtrair tempo de serviço aos professores contratados durante os dois últimos anos.
Ao longo do dia de ontem, foram vários os mails que recebi dando-me conta de várias situações em que foram subtraídos vários dias de serviço aos professores. Em dois casos, três dias.
Fiz uns contactos com uma amiga que trabalha na secretaria de um Ciclo Preparatório e já tenho a explicação para a fraude:
A inevitável aplicação informática que "redige"os contratos dos professores confunde tempo de serviço para efeitos de antiguidade e carreira com tempo de serviço para efeitos de ordenado. Perceberam?
Vasmo lá ver: os contratos são estabelecidos por um mínimo de 30 dias.
Para efeitos de ordenado, todos os meses têm 30 dias, seja Janeiro ou Fevereiro.
Por outro lado, para efeitos de antiguidade, carreira e concurso, o tempo de serviço apura-se contando os dias que medeiam entre o início e o termo do contrato, dias úteis e não úteis.
Daí que Janeiro tenha 30 dias para efeitos de ordenado e 31 para efeitos de tempo de antiguidade, carreira e concurso.
Observem os dias que vêm discriminados nos vossos contratos e contem os dias que medeiam entre o início e o termo dos mesmos! Voilà.
Reitor

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Esbulho despudorado

Mãos amigas mostraram-me um "Contrato de Trabalho a Termo Resolutivo Certo" celebrado nos termos do DL nº 35/2007 de 15 de Fevereiro (contrato de professor).

Curiosamente, na cláusula da "Vigência" vem prescrito "O presente contrato é celebrado por 30 dias, com início em 01-03-2007, cessando em 31-03-2007".

Mas, afinal, quantos dias tem o mês de Março? São 30 ou 31 dias? Se o contrato é de 1 a 31 de Março, como se pode dizer que é um contrato por 30 dias?

Mas, mais grave é que todos os contratos com o ME são feitos por esta bitola e os professores contratados, parte dos 40 mil de que o Governo não precisa, que não vão contar os dias de contrato, são esbulhados no tempo de serviço em pelo menos 1 dia por cada contrato que celebram com o Estado. Que é susposto ser sério.

Reitor


Podia ser bem pior

Um homem acusado de ter ateado fogo a uma mulher com quem mantivera uma relação extraconjugal foi, ontem, libertado, por ordem do Tribunal de Felgueiras por ter terminado o prazo máximo de prisão preventiva. O mandado de soltura foi assinado pelo juiz João Moura.

Não me admira. Os Tribunais têm andado atarefados a calcular a indemnização que vamos pagar a este amigo que, para além de ter "... sido alvo de «um sofrimento profundo que persistirá por toda a vida», também "viu frustradas as expectativas de ocupar «um lugar cimeiro nos órgãos do Estado» e que ainda hoje sofre de uma «angústia pela definição do seu futuro».

Podia ser pior para nós. Sei lá, por exemplo, um sismo acima de 8 na escala de Richter, com epicentro em Lisboa.
Reitor

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cobarde



"Quando se vive sob o signo torpe do crime mais desenfreado e da mais completa insegurança e intranquilidade pública, o primeiro-ministro de Portugal mostrou não ser capaz de exprimir, nem de transmitir aos seus concidadãos, qualquer espécie de segurança própria na abordagem de uma matéria que deixa a sua governação de rastos".




"E se o primeiro-ministro finge esquecer-se das suas obrigações de informar os portugueses, isso não pode ser correlacionado com as tácticas de qualquer outro político da oposição, mas com a cobardia política intrínseca da personagem"


Estes excertos do interessante texto de Vasco Graça Moura, no DN de hoje, são elucidativos da personalidade e do carácter do nosso Primeiro-Ministro, que veio à tona com o episódio da licenciatura em engenharia e foi tão bem retratada aqui.

Creio que, se um dia precisarmos verdadeiramente do Primeiro-Ministro e deste governo, só veremos ratos a saltar do porão.

Reitor

Os Desertificadores II

O Ministério da Educação prepara-se para terminar gradualmente com o ensino secundário em Ferreira do Alentejo, o alerta é dado pela vereadora da CDU na autarquia local, depois da Direcção Regional de Educação do Alentejo não ter autorizado, para o ano lectivo 2008/2009, o funcionamento da única turma do 10º ano naquele estabelecimento do ensino
O Director Regional, José Verdasca, é que sabe. E há muito que nos dá a resposta na página da DREAlentejo:

"Esta é uma causa que tem de mobilizar e implicar todos, alunos e famílias, professores e educadores em actividade na ‘zona da frente’ ou na ‘zona da retaguarda’, pessoal não docente, administração educativa, autarquias e comunidade em geral, porque só com todos poderemos enfrentar e recusar perspectivas ‘fatalistas’ e encontrar e experimentar novas respostas organizacionais e pedagógicas compatíveis com um ideal de escola cuja missão maior esteja permanentemente vinculada ao nobre compromisso da democratização e universalização de uma escolaridade sucedida"

Trata-se de "encontar as respostas organizacionais e pedagógicas compatíveis com um ideal de escola...", socialista, é claro.

Os pobres coitados que nos (des)governam querem à viva força desertificar o interior. Já não lhes chega fechar escolas primárias, agora também se preparam para fechar escolas secundárias. Ou talvez não. É possível que queiram substituir os currícula da escola secundária pelos "currícula" dos cursos de ingenharia, do tipo"Novas Oportunidades" com diploma e 500 euros, ou cursos EFAs. Afinal é o que está a dar.

Reitor